terça-feira, 8 de maio de 2012


Coragem
pra amanhecer, encarar, esquentar,
esfriar, amar, desamar, iludir,começar,
terminar, atravessar, acender,
apagar, ir, chegar.
Coragem
pra me olhar no espelho,
dizer que me amo,
sentir que me amo,
sem outro homem, sem tostão no bolso,
sem roupa no corpo, perfume nem nada.
Coragem
pra abraçar e dizer pr'aqueles olhos
"saudade".
Coragem
pra não viver o que for sendo,
a tentar aos bons modos e fazer meus próprios.
Coragem
para os 365 dias e algumas noites em branco,
porres e choros amargos,
gozos agudos e farras vazias.
Coragem
pra casa e pro fogão,
horas a fio tecendo minha estória,
gentes débias e paixões inacabadas.
Coragem
de viver pensando
como quem descobre
que viver é sempre
insuficiente.

quinta-feira, 26 de abril de 2012


Um domingo de tarde sozinha em casa 
dobrei-me em dois para a frente como em dores de parto 
e vi que a menina em mim estava morrendo.
Nunca esquecerei esse domingo.  Para cicatrizar levou dias.
E eis-me aqui.  Dura, silenciosa e heróica. 

Sem menina dentro de mim. 


(Clarice Lispector)
Minha alma é carmim
É intensa
Exuberante
Extravagante e sensual...

terça-feira, 3 de abril de 2012

Tão familiar é a fisionomia da saudade. E a lembrança da labareda alta do desejo, indo além: ao desalcance dos olhos. O toque constante, desavisado, parecendo uma distração. O olhar intenso, querendo ver o campo sutil das palavras. E toda nossa existência ampliada pelo sol do amor. Tão familiar é a fisionomia da saudade, que ainda posso ver os pêlos saindo dos poros, tão junto meu rosto do teu. Das arranhaduras da carícia bem feita que uma barba mal feita faz. E um jeito de trazer minha cabeça para o lugar mais escurinho entre o travesseiro e o teu pescoço. Teu cheiro todo lá, naquele abrigo antes do sono. E no derradeiro das frases, o corpo insinuando mais que uma leitura, mais que uma dança, mais que comunhão. Das palavras que ainda inventaremos por achar tão divertido “namoramar” em dialeto inexistente. Tão familiar é a fisionomia da saudade que meus dedos vão redigindo tua voz em meu ouvido, os “sussuruídos” de Guimarães nas tardes de estudo numa estação de cinema, as “ignorãnças” de um Manoel de Barros num feriado de tanto mar e nossos delírios poéticos em cada esquina desta cidade em que somos os amantes mais excêntricos_ uma combinação perfeita de desejo, lirismo e essa nossa ternura escandalosa.*Marla de Queiroz

domingo, 4 de março de 2012

'Embora meu amor seja insano, minha razão alivia a dor intensa do meu coração dizendo-lhe


para ter paciencia e nao perder a esperança. '

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Todos temos por onde sermos desprezíveis. Cada um de nós traz consigo um crime feito ou o crime que a alma lhe pede para fazer.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

domingo, 29 de janeiro de 2012

Um defeito gritante em mim é: não sei falar sobre sentimentos. Quando não gosto de uma pessoa sou toda palavras, sei expressar muito bem esse desamor. Mas quando gosto.. Não sei dizer ''eu te amo'', ''quero você'', ''estou com saudades'' e todas essas frases clichês. Elas simplesmente não saem da minha boca.

Saudade x Orgulho

Saber quando ceder, como ceder e se devemos ceder. Eis a questão. Confesso que não sou a melhor pessoa para falar deste tema já que sou uma orgulhosa assumida.. Mas vamos lá.

 


Se você estiver errada garota, corre atrás. E não vão pensando "Nooooossa como ela é madura", porque querem saber? Eu nunca fui. Sempre fui aquele tipo de pessoa que morre de saudades, morre de amor, fica o dia inteiro com o celular na mão esperando uma sms mas não dá o braço a torcer e não pede um simples perdão. A troco de que? O que isso me deu em troca? Corações partidos e amores perdidos. Perdi pessoas que gostava por orgulho. Deixei que elas se afastassem cada vez mais, na esperança de que elas viriam atrás de mim, mas não.. E isso me fez madura. Perdi tantas oportunidades, joguei fora tantos sentimentos e fingi que não me importava com tantas pessoas que tive que aprender na marra que se nós gostamos de alguém devemos deixar que a saudade e o sentimento falem mais alto que o orgulho.

Ao manter seu orgulho você está destinado a perder pessoas. 

A questão do orgulho é analisar quem está errado na situação. Você tá errada? Vai atrás. Ele tá errado? Que venha. Até porque não tem cabimento você ir atrás de alguém e implorar para que ela te peça desculpas, convenhamos.. Outro fato interessante é: vocês discutiram e ele ficou com raiva. Quem deve ir atrás? Se alguém fica com raiva de mim eu não vou correr atrás pra tomar uma patada ou até mesmo levar um fora. Isso se chama amor próprio. Eu me protejo de ouvir aquilo que não quero e até mesmo não mereço. Penso que quando a raiva dele passar, se ele ainda sentir algo por mim e a saudade bater forte, ele virá. E se não vier? Não era homem suficiente pra mim.

Não tem nada pior do que a saudade. Quanto maior o orgulho, maior a saudade. 

A saudade incomoda e faz questão de nos lembrar a todo momento que podemos ir atrás e acabar com esse sofrimento, mas não. Nós os orgulhosos temos o seguinte pensamento "Porque eu devo ir atrás? Porque ele não pode vir? Se ele não vem eu não vou me rebaixar também não". Eu sei, eu sei. Penso isso todos os dias. Mas de que adianta essa batalha de egos? Ficam os dois esperando uma atitude do outro quando na verdade tudo poderia acabar com uma simples ligação, uma sms ou até mesmo um "oi".



Às vezes tudo que você precisa para ser feliz é admitir que errou e que sente falta de alguém.. Acreditem. 



Mas é claro, não é fácil ceder. Devemos pensar muito antes de jogar nosso orgulho no lixo e ir atrás de alguém sem medo de bater com a cara na porta. É simples, você vai conseguir ficar sem essa pessoa? Sem as conversas, os sorrisos, os abraços e os olhares? Vai ser fácil? Se for, ok. Ela que venha, se não vier: que pena. Mas se você sabe que vai ser difícil se acostumar com a ausência.. Foda-se orgulho, foda-se dignidade, esquece tudo e vai atrás. Mesmo que você se decepcione, quebre a cara e se machuque, a dúvida nunca vai fazer parte dos seus pensamentos. Você vai ter sempre a certeza de ter feito tudo o que podia e nunca vai pensar "E se...?". Vai sair com a cabeça erguida e com a consciência limpa.

É preciso coragem para deixar o orgulho de lado.

Confesso que muito me assombra tudo aquilo que poderia ter sido. E se tivesse feito diferente? E se tivesse dito que sentia muito? E se dissesse o que sentia? E se tivesse passado por cima do orgulho? E se? E se? Mas meu orgulho me protege de ser uma garota de coração partido. Sei que muitas vezes ele evitou que eu escutasse palavras secas que iriam causar uma enchente em meus olhos. Ou até mesmo que gastasse meus sapatos correndo atrás de alguém que só fugia. Meu orgulho, meu escudo.

Nunca fui boa em correr atrás das pessoas, mas sempre fui ótima em fugir daquilo que me faz mal..