quinta-feira, 28 de abril de 2011

As pessoas dizem que o amor machuca, mas não é verdade. A solidão machuca. A rejeição machuca. Perder alguém machuca. A inveja machuca. As pessoas ficam confusas com essas coisas de amor, mas na realidade o amor é a única coisa no mundo que acaba com toda a dor e faz alguém se sentir maravilhoso de novo.
Tô dum jeito que me afastei muito de tudo e ir até a esquina às vezes é uma aventura."

CFA
O problema é a espera. Esperamos. Das pessoas, das coisas, dos fatos, de nós mesmos.  CF
Preciso de segurança, de amor, de compreensão, de atenção, de alguém que sente comigo e fale: Calma, eu estou com você.

CFA

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mais uma festa.

Um a um foram chegando, e eu somando a quantidade de amor que tenho no mundo. Somando o monte de e-mails e mais um monte de ligações, é… até que sou bem amada. Calma, você é amada, tá vendo? Não precisa mais ficar em casa de pijama assistindo Woody Allen, você é amada. É que dá uma preguiça de existir.
Comemoro que estou viva, no meio da confusão que é comemorar ter amigos, comemorar a blusa nova, comemorar que tenho emprego e, por isso, amigos e roupa nova, comemorar que não sou um alien e consigo socializar, comemorar que existo dentro de uma comunidade que me aceita e até sai de casa pra tentar achar uma ruazinha difícil pra caramba.
Sorri em todas as fotos, esgotei minhas piadas, desfilei abraços, toquei em muita gente, ganhei alguns presentes, fiz bem meu papel de “olha que legal, estou aqui, mais um ano se passou e eu continuo achando que vale a pena estar aqui”.
Um a um vão embora, e eu somando a quantidade de amor que vai embora.
Sobram os loucos e suas insônias. Sobra uma latinha num canto, seis cadeiras solitárias formando uma rodinha animada, muitas bitucas que insinuam um animado papo que não existe mais. Sobro eu, novamente.
A vida, a noite, as festas, tudo continua igual. O mesmo fedor de cigarro no cabelo, o mesmo homem bonito que fica de longe, o mesmo homem bonito que, quando chega perto, eu gostaria que tivesse permanecido longe. O mesmo ânimo em pertencer, a mesma alegria em comemorar, a mesma festa em se encontrar. Mas ninguém sabe exatamente ao que pertence, o que comemora e muito menos o que encontra.
Atravesso a rua sozinha, carregando uma sacola cheia de presentes e cartinhas. Entro sozinha no meu carro, ouço de novo a música da semana, sigo em frente. Carrego o afeto que ganhei numa sacolinha rosa, mas dentro do meu coração é sempre esse saco furado e negro.
Por mais que todas as terapias do mundo, todas as auto-ajudas do universo e todos os amigos experientes do planeta me digam que preciso definitivamente precisar de alguém, minha alma grita aqui dentro que, por mais feliz que eu seja, a festa é sempre pela metade.
É alguém que eu sempre busco com minha gargalhada alta, com a minha perdição humana em festejar porque é preciso festejar, com a minha solidão cansada de se enganar.
Não agüento mais os mesmos papos, os mesmos cheiros, as mesmas gírias, os mesmos erros, a volta por cima, o salto alto, o queixo empinado, o peito projetado pra frente. Não agüento mais fingir com toda a força do mundo que tudo bem festejar sem saber quem é você.
Eu não acredito mais em sumir do país, em trocar de emprego, em mudar de religião, em ficar em silêncio até que tudo se acalme, em dormir até tarde, no fim de tarde na Praia Preta, na nova proposta, no novo projeto, no super livro, no filme genial, na nova galera, na academia moderna, no carinha até que bacana que gosta de jazz e restaurantes charmosos, no curso de administração, em comprar o novo CD mais master animado do mundo, em ler John Fante longe de tudo, em ser dondoca, em fazer progressiva, em fazer boxe, em fazer torta de verdura, em ser batalhadora, em ser fashion, em não ser nada. Mas eu continuo acreditando que tudo sem alguém é distração e tudo com alguém é vida.
Como eu queria agora ir para a sua casa, deitar na sua cama, ouvir a sua voz, esquentar meu pé na sua batata da perna. Como eu queria saber seu nome, seu cheiro, sua rua.
Assim como um dia um samba saiu procurando alguém, este texto tem a missão de sair em sua busca. Eu não escrevo por dinheiro, vaidade, pretensão ou inteligência. Eu escrevo porque eu sei que é assim que vou te encontrar. Eu escrevo porque não posso mais agüentar que a festa acabe.

TatiB.
"Tem muita gente que se distrai e é feliz pra sempre, sem conhecer as delícias de ser feliz por uns meses, depois infeliz por uns dias.... Viver não é seguro. Viver não é fácil. E não pode se monótono. Mesmo fazendo escolhas aparentemente definitivas, ainda assim podemos excursionar por dentro de nós mesmos e descobrir lugares desabitados em que nunca colocamos os pés, nem mesmo em imaginação. E, estando lá, rever nossas escolhas e recalcular a duração de "pra sempre". Muitas vezes o "pra sempre" não dura tanto quanto duram nossa teimosia e receio de mudar."

 Martha Medeiros
"Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e os maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para ser feliz de novo."

Martha Medeiros

terça-feira, 26 de abril de 2011

Eu compreendo os mais diversos medos, porque abrigo em mim os mais estranhos. Sei das precisões absolutas de carinho e proteção. Eu seria perfeita pra você, se você ao menos existisse.
Verônica H.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

"Sinto-me terrivelmente vazio. Há pouco estive chorando, sem saber exatamente por quê. Ás vezes odeio esta vida, estas paredes, essas caminhadas de casa para a aula, da aula para casa, esses diálogos vazios."
" Eu tenho uma sensação meio de amargura, de fracasso. Você me entende? Como se tivesse a obrigação de ter sido, ou tentado ser, outra pessoa. "  CF
“ Inconscientemente, parecia querer buscar em autores, filmes e músicas, algum tipo de consolo. Como se alguém precisasse chegar bem perto do sofá, onde estava, colocar um das mãos em seu ombro e dizer que aquilo era normal. Que acontecia também com outras pessoas. E que iria passar…”


Caio F.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Quem quer por terno em Macaco?

Parem de sorrir automaticamente para tudo, humanos filhos-da-puta. Admitam que vocês não têm a menor idéia do que fazem aqui. Admitam a dor de estar feio, e admitam que estar bonito não adianta porra nenhuma. Eu já me senti um lixo de pijama com remela nos olhos, mas nunca foi um lixo maior do que sentir gastando meu dinheiro numa bosta de salão de beleza enquanto crianças são jogadas em latas de lixo porque a total miséria transforma quaquer filho de Deus em algo abaixo do animal.

Mas eu não faço nada, eu continuo querendo usar uma merda de roupinha da moda, numa merda de festinha da moda, no meio de um monte de merdas que se parecem comigo. Eu quero feder tanto quanto eles para ser bem-aceita porque, quando você faz parte de um grupo, a dor se equilibra porque se nivela. E eu continuo perdida, sozinha, achando tudo falso e banal. Acordando com ressaca da vida medíocre todos os dias da minha vida. Grande merda de vida, você muda a estação do rádio para não reparar que a menina de dez anos parada ao lado do seu carro já tem malícia, mas não tem sapatos. Você dá mais um gole no frisante para não reparar que a moça da mesa do lado gostou do seu namorado, e ele, como qualquer imperfeito ser humano normal, gostou de ela ter olhado.

Você disfarça, a vida toda você disfarça. Para não parecer fraco, para não parecer louco, para não parecer demais e poder ser alvo de críticas, para ter com quem comer pizza no domingo, para ter com quem trepar na sexta à noite, para ter quem te pague a roupa nova e te faça sentir uma bosta; e para quem te pede socorro, você disfarça cegueira. Você passa a vida cego para poder viver. Porque enxergar tudo de verdade dói demais e enlouquece, e louco acaba sozinho. Vão querer te encarcerar numa sala escura e vazia, ninguém quer ter um conhecido maluco que lembra você o tempo todo da angústia da verdade de ter nascido.

Você passa a vida cego, mentindo, fingindo, teatralizando o personagem que sempre vence, que sempre controla, que sempre se resguarda e nunca abre a portinha da alma para o mundo. Só que a sua portinha um dia vira pó, e você morre sem nunca ter vivido, e você deixa de existir sem nunca ter sido notado. Você é mais uma cara produzida na foto de mais uma festa produzida, é um coadjuvante feliz dessa palhaçada de teatro que é a vida. Você aceitou tudo, você trocou as incertezas da sua alma pelas incertezas da moça da novela, porque ver os problemas em outros seres irreais é muito mais fácil e leve, além do que, novela dá sono e você não morre de insônia antes de dormir (porque antes de dormir é a hora perfeita para sentir o soco no estômago).

Você aceita a vida porque é o que a gente acaba fazendo para não se matar ou não matar todos os imbecis que escutam você reclamar horas sem fim das incertezas do mundo e respondem sem maiores profundidades: relaaaaaaxa.

Eu não vou fumar, eu não vou cheirar, eu não vou beber, eu não vou engolir, eu não vou fugir de querer me encontrar, de saber que merda é essa que me entristece tanto, de achar um sentido para eu não ser parte desse rebanho podre que se autoprotege e não sabe nem ao certo do quê. Eu não vou relaaaaaaaaxar.

A única verdade que me cala um pouco e, vez ou outra, me transforma em alguém estupidamente normal é que virar um louco selvagem que fala o que pensa, sem amigos e sem namorados, só é legal se você tiver alguém pra contar o quanto você é foda no final do dia.


TatiB.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

 
“Desisti de sustentar uma imagem e procurar o amor da minha vida no caminho. Quem quiser olhar pra mim vai ter que se conformar com minhas Havaianas roxas e meu cabelo despenteado, minha desatenção e minha falta de correspondência. Ando abatida e pensando demais.” (V.H)
"Dias escuros sem sorrisos, sem risadas de verdade. Dias tristes, vontade de fazer nada, só dormir."

CaioF.
"Dias escuros sem sorrisos, sem risadas de verdade. Dias tristes, vontade de fazer nada, só dormir."

CaioF.

"O que fez um cara como você notar uma garota como eu não foi coincidência, não. Tantas diversões fáceis e seu interesse pela menina fria e calada que não gosta de axé em pleno trio elétrico. Tanta beleza para você reparar naquela eterna insatisfeita da estética. É, não finge que não viu. Eu percebi o tom de voz dos seus amigos. Não vem dizer que também não sentiu. Que não fez falta meu jeito desajeitado de não saber beijar, minha frieza por não saber me apegar..."



VerõnicaHeiss

Falta alguma coisa além da música alta
que agora preenche minha mente pelos fones de ouvido.
Falta segurança.
Falta amor preenchendo o que a música é incapaz
de enganar.

Verônica H.

sábado, 16 de abril de 2011

Eu imagino diálogos antes de consumá-los e não sei lidar com suas lacunas ocasionais. Às vezes penso tanto antes de falar, que nada falo. E vivo para me arrepender do que não aconteceu.


Verônica H.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Férias.

Estou tirando férias de mim. Férias das dúvidas que me derrubam, das ilusões que me levantam, porque tudo isso é muito temporário. E viver assim de pouquinho, sem nenhuma fixação, às vezes cansa. Esperar cada novo dia, cada novo olhar pra saber se posso ser feliz, não me faz feliz de verdade. Um sorriso e o balanço do dia é positivo, posso dormir à noite. Um cumprimento não correspondido e acho que tudo está errado. Mas se eu fico tão bem quando não dependo de opiniões, ações, gestos, por que insito em deitar nos braços do mundo e me deixar abater?

Não existe ninguém que pode me fazer mais feliz hoje e ter essa consciência muda o humor, muda a disposição, muda as vontades. Sabe o que é? As pessoas não me fazem bem, minha idealização delas me engana por um tempo, mas saio fatalmente mal das relações que eu invento. Então por que não me curtir um pouco - me sentir mais leve, mais bonita, mais interessante, já que o fantasma da obrigação de agradar não está me seguindo? Essa é uma daquelas fases de sorrir e não querer saber o motivo, de férias mesmo. De tudo que eu me cobro todos os outros dias do ano, depois me cobro por não ter tempo de cumprir.

Eu cansei de não me satisfazer comigo, não me guardar pra mim. De estar sempre escorrendo, vazando pelas beiradas. De precisar de opinião alheia por ser tudo ao mesmo tempo e esperar reconhecimento por isso. É tanta coisa aqui dentro, tanta coisa que eu tento melhorar e aprender todos os dias, que eu conto toda minha vida pra quem eu acabo de conhecer e fico chateada quando não me dão o valor que eu penso merecer. Mas ei, qual o problema? Nem todo mundo acha que ler e escrever (além do sentido banal de ler e escrever), é interessante. Nem todo mundo precisa saber que uma clave de sol não é um S, nem um G, e deduzir que eu gosto de música só de olhar pra mim. Não adianta chegar numa festa cheia de barulho e gente e querer conversar, achando que antes do cara sugar um pouquinho da minha alma, deve saber que eu não sou umas dessas mulheres vazias, sem uma alma para ser sugada. Tem mais que vento dentro de mim, mas isso é meu. Não faz diferença eu agir como uma pessoa superficial e querer explicar pra todo mundo que eu não sou. Sempre me arrependo de sair, ir a lugares que não têm nada a ver comigo. Mas eu tenho essa necessidade fútil de ser vista. Quando eu me escondo em casa, me sinto anulada. Preciso da opinião dos outros, de elogios. Quando alguém mostra que se lembrou de mim, adoro. Se diz que sentiu minha falta, tenho mais motivos pra sorrir. Quem precisa saber? Por que é que eu me importo com quem não me conhece?

E hoje não vou fazer isso. Não vou ceder, não vou me preocupar. Vou entrar em férias de mim, balancear os pneus, checar o óleo. Vou me amar. Pra depois tentar, quem sabe, amar alguém.

-

Verônica H.

Loucuras tão sóbrias.

É madrugada e a casa ainda grita. Os finais de semana viraram dias longos pra mim. Tão cheios de vontade de dormir sem sono. Tão cheios de fugas e tentativas de alegrias frustradas. Ninguém tenta entender minha distância necessária, nem colabora com a minha necessidade de sumir. Posso exigir isso de alguém?
Quem sou eu pra contradizer a literatura e tentar me livrar do que eu conquisto? Eternamente responsável… Talvez meu problema seja esse: assumir mais responsabilidade do que eu me sinto capaz de cuidar.
Eu não sei onde foi que me perdi. Sei que faz tempo e faz mal. Sei das noites que a sensação de ausência me manteve desperta e sem vontade de qualquer coisa. Eu me criei vazia e não soube preencher. Mas sinto que ainda necessitando de distância e tempo pra pensar sozinha, eu quero mesmo é alguém que me faça mudar completamente de opinião. Que faça meu corpo querer companhia nos momentos em que minha mente insiste pela solidão. Que faça meu coração lutar contra minha razão que tanto toma conta de mim sem saber se é isso mesmo que eu quero. Se nem eu sei o que quero.

Verônica Heiss
Olha, eu realmente não tenho tempo pra essas coisas, se você não tem mais nada pra me dizer, tô desligando.
-Eu tenho. Tenho um milhão de medos presos aqui nessa linha. Se você desligar, sua vida vai seguir. A minha vai ficar contida nesse aparelho eletrônico. Eu já sou contida de tantas maneiras... Na verdade eu só queria te dizer que por mais que o tempo passe, não consigo preencher meus buracos. Eu olho em volta e não procuro nada. Só porque eu sei que não há nada. Só porque eu sei que o nada que eu quero tá longe de mim. É tudo um enorme, frio e presente nada. Um vazio do tamanho da minha quase existência. Eu quase existo, sabia? Afinal, quem existe por inteiro? Eu não. Eu sou metade amada (porque ninguém me assume por inteiro); metade interessante (porque assusto quem eu quero aproximar e frustro os que ignoram minha muralha); metade culpada (porque ninguém tem obrigação de me amar de verdade quando eu crio bloqueios tristes e vazios). Se você quiser desligar, tudo bem. Eu só tava fazendo drama. Claro que eu vou sobreviver, né? Nunca precisei de uma ligação pra me manter inteira. Mas me diz, e você, tá bem?

VH

terça-feira, 12 de abril de 2011



Nunca mais vou olhar para do zíper da mesma forma


tive que reblogar!
Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. CF
Eu sempre digo que eu posso ter uma solidão medonha, mas sempre vai haver um vasinho de flores num canto. A gente pode enfeitar a amargura." *Caio F. Abreu
Eu sempre digo que eu posso ter uma solidão medonha, mas sempre vai haver um vasinho de flores num canto. A gente pode enfeitar a amargura." *Caio F. Abreu
Tenho tentado aprender a ser humilde. A engolir os nãos que a vida me enfia pela goela a baixo. A lamber o chão dos palácios. A me sentir desprezado-como-um-cão, e tudo bem, acordar, escovar os dentes, tomar um café e continuar. CF
É garçon, não entendeu errado não. Um amor sem gelo, copo triplo, bem misturado, mas sem gelo!! Certas coisas prefiro quentes, o amor é uma delas.
CFA

É garçon, não entendeu errado não. Um amor sem gelo, copo triplo, bem misturado, mas sem gelo!! Certas coisas prefiro quentes, o amor é uma delas. CF
'Tenho aprendido coisas nesse tempo.
Às vezes tenho até medo de estar ficando meio duro demais.
Sei lá.'

CF

segunda-feira, 11 de abril de 2011


Eu briguei com meu coração. Disse que jogasse o amor antigo fora. Ele deu nó. Coração não entende ordens. De um lado a razão exigindo. De outro o coração tentando. A verdade é que nem tudo sai como o planejado. Mas a gente tenta. Um amigo meu me disse que fica surpreso como eu racionalizo os sentimentos. Eu perguntei se falava de mim. Acho que sofro calada. Calada. Maquiada. E de salto alto. Mas manter a pose cansa. Cansa ser racional. Cansa enganar o coração. Cansa ser forte. A verdade é que hoje eu vi um livro que você me deu e chorei calada. Porque é feio chorar por amor perdido. Mas… Quer saber? Estou com sinusite. E não estou nem aí para escrever bonito. Quero respirar de novo e amar alguém como um dia eu te amei. Alguém aí acredita em segundo amor?

Fernanda Mello
“No final, o amor que você precisa é igual ao amor que você dá.”
E quando alguém, no plano real, toma forma, a gente imediatamente projeta toda aquela emoção presa na garganta do sonho. E fatalmente se fode, porque está tentando adequar/ajustar um arquétipo, uma imagem de toda a nossa infinita carência, nossa assustadora sede, a uma realidadezinha infinitamente inferior.

Caio.

sábado, 9 de abril de 2011

Um homem alto, com cheiro de roupa limpa misturada com aquele perfume amadeirado, costas largas e mãos grandes. Um homem com os melhores defeitos do mundo, um homem que apesar dessas idas e vindas do meu jeito inconstante, tenha fé. Me encha de fé. Me faça querer ter paz, sempre em paz. Um abraço quentinho, acolhedor. Um toque gostoso, um beijo molhado. Teu cheiro no meu corpo e tudo que me faça perder o chão. Todas as noites.


-


É QUERER DEMAIS?

Quando a gente escolhe não ser superficial, escolhemos também todas as verdades profundas que chegam com isso, paixões pela metade e amores em preto e branco não servem.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Você não sabe, Menino, mas eu machuco as pessoas. Eu faço com que elas se apaixonem por mim como um desafio, como uma criança testando seus limites. Então enjoo do meu jogo e não dou explicações. Destruo corações que se abrem pra mim com tanto esforço, na esperança de terem encontrado alguém legal. Ainda dá pra você fingir que não me viu. Se der tempo, se você tiver o raro dom de controlar seu coração, se o sentimento não estiver suficientemente forte à ponto de você se prender, fuja. Se você nem ao menos me diferencia das outras pessoas que te cercam, como eu imagino, permaneça assim. Não se aproxime, não se apaixone. Não me escolha como a eleita dos seus dias.
 
Heiss
"Quero os melhores romances, ou prefiro ficar sozinha. Quero as melhores lembranças, ou prefiro não lembrar. Ou vivo intensamente, ou vou levando essa rotina que não incomoda, não interfere, não fere, mas também não é vida. Vou dispensando tudo o que não julgo suficiente pra me roubar a solidão. Vou excluindo do meu convívio todos que não parecem prontos pra marcar meu dias. E vou me excluindo um pouquinho também, vou me dispensando sem pudores, porque é mais fácil me deixar de lado do que lidar com a minha falta de coerência."
Verônica H.
Eu só queria um pouquinho de carinho, será que é muito difícil? Uma atenção, um telefonema, uma correpondência, dá pra ser? Um pouquinho de companhia bastava, qual o problema? Sentimentos nasceram para serem sentidos, não para serem escondidos debaixo da dor.
 
Verônica H.
Ninguém nunca espera que eu saia dos meus limites. Quem me conhece de verdade? E quem sabe dos momentos que eu estou a ponto de explodir? As saudades são grandes, o telefone mudo. Me identifico com livros e personagens e nem tenho uma história pra contar. E se eu contar, quem vai se importar?
Verônica Heiss

quinta-feira, 7 de abril de 2011



Estou realmente cansado. Cansado e cansado de ser mar agitado, de ser tempestade .. quero ser mar calmo. Preciso de segurança, de amor, de compreensão, de atenção, de alguém que sente comigo e fale: “calma, eu estou com você e vou te proteger! Nós vamos ser fortes juntos, juntos, juntos.” Confesso que preciso de sorrisos, abraços, chocolates, bons filmes, paciência e coisas desse tipo. Confesso, confesso, confesso. Confesso que agora só espero você. Suas confissões.

Caio Fernando Abreu
Não quero escrever, não quero nunca mais escrever, também não quero mais sentir, cansei de esticar tanto para colocar tanta gente, tanta vontade, tanto carinho aqui dentro, me sinto uma calça que de tanto ser colocada no corpo perdeu a forma inicial, e está pronta para ser jogada no lixo, não quero, tenho medo, eu preciso de alguém que me guarde pra sempre, mesmo que nunca mais me use, mesmo que eu já não me molde tão bem a todas as suas formas, alguém precisa cuidar de mim, precisam me tirar da gaveta, não podem me deixar ir embora em um saco plástico.
Eu só estou cansada, com medo, com dor, com medo de sentir dor, sentir medo dói, eu só preciso de um colo, eu preciso encostar em alguém, preciso que alguém me diga que vai passar, que tudo passa, que no final fica tudo bem, que fica comigo até o final mesmo que as coisas continuem estragadas, alguém que não se importe de me ver chorar grande parte do tempo, porque eu perdi o controle, porque meu corpo não me obedece mais, e essa falta de capacidade em lidar comigo, e tudo que eu sinto, me deixa sozinha, eu me escondo, assustada.
Sinto vontade de ir embora, sinto vontade da minha casinha com janelas brancas, sinto vontade de tudo que eu não tenho ainda, mas já parece tão meu, eu sinto vontade de começar de novo em outro lugar, mas eu não quero deixar algumas coisas para trás, algumas pessoas na porta, eu quero levar comigo, mas eu não tenho força, eu não tenho força para pedir que gostem de mim, que gostem de mim mesmo quando eu faço tudo errado, mesmo quando eu pareço não querer ninguém, porque eu quero, porque eu tenho, porque eu espero que você enxergue além do que eu mostro, além do que sempre foi permitido, eu espero que você perceba que eu estou indo mais longe do que me dou autorização, que eu entrei em desacordo comigo quando te quis aqui, que eu te quero aqui, preciso, mas você tem que saber enxergar, me enxergar, e decidir se realmente quer ficar. Sempre. Comigo.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

"Me leva embora. Prova que não é igual, que a compra não vai ter devolução no primeiro defeito, porque eu sou cheia deles. Me compra, me leva pra casa com tudo o que tem direito. Com medo, com mania, com falar demais e sentir de menos."

(Verônica Heiss)
Cansei de ouvir que eu não me deixo levar, que eu não me abro e não dou espaço. Disso eu sei. Eu só queria ter aprendido no colégio como mudar os defeitos que vêm na fabricação. Minha frieza de visão só me faz ver defeitos e faltas.  Eu não me abalo. Eu sei o que vai acontecer e não me surpreendo. Eu acho graça do esforço e da boa vontade, mas isso é muito triste pra mim. É como se eu me assistisse de fora o tempo todo, tendo consciência de cada passo, cada sorriso, cada palavra. É como se eu fosse plateia de mim mesma.

Verônica Heiss

terça-feira, 5 de abril de 2011

Tereza e um milésimo de segundo.

O tempo todo escuto das mais variadas pessoas uma mesma observação: você é, você é... diferente.

Algumas dizem isso com a cara assustada, como se não soubessem lidar com alguém que escreve com tanta transparência sobre a própria vida. Será que, se eu der bom dia para essa menina, ela vai escrever um conto sobre mim?

Me olham como se eu fosse perigosa, louca, estranha.

Outras me olham como se tirassem sarro de mim, como se dissessem, sem dizer, que, já que eu resolvi deixar minha alma pelada por aí, eu mereço mais é que riam mesmo dos meus defeitos. E no fundo, essas pessoas, eu sempre soube, morrem de medo de ver alguém tão parecido com elas exposto ao mundo da maneira mais humana possível. Com celulites, manias, medo de não ser amada, fracassos, vitórias alarmadas sem medo do egocentrismo e desejos estranhos.
Tem também um ou outro mais limitado que não entende absolutamente nada do que eu escrevo e me pergunta "Mas e aí? Quando você casar, tiver filhos... vai escrever sobre o quê?", achando que a busca ou a angústia por algo inexplicável (e basta estar vivo para sentir tudo isso) acabam com alguma decisão como assinar um papel.

E minha família, mais especificamente minha mãe, sempre teve muito medo que eu sofresse com minha personalidade, escolha profissional ou seja lá o que for essa coisa que me faz escrever tanto sobre mim e sobre tudo o que me acontece.

Medo de eu me preservar menos que as outras pessoas e encher de armas os inimigos para ser bombardeada depois. Medo de eu não ser compreendida ou respeitada justamente porque tem sempre algum desavisado machista que acha que eu escrevo pura e simplesmente sobre sacanagem. Ela, e meu pai deve tb conversar assim lá com São Pedro, sempre me diz, quando reclamo que não existe homem para mim, "com seu jeito, você deve assustar 98% dos pretendentes".

A única que sempre esteve muito bem resolvida em relação a esse assunto e nunca teve um segundo de dúvida quanto ao caminho escolhido fui eu mesma. Eu, do fundo do meu coração, tenho um orgulho absurdo de ser quem eu sou. Tenho um orgulho absurdo de transformar tudo o que dói em mim em poesia, ao invés de sair transando com o primeiro babaca (não que eu já não tenha feito isso e escrito sobre isso e blá-blá- blá...), encher a cara, me drogar ou simplesmente fazer de conta que nada está acontecendo, nada me atinge e eu sou superior a dor. Dói mesmo, eu me apaixono mesmo, eu sou intensa mesmo, eu me ferro mesmo, às vezes eu ferro as pessoas mesmo. Tudo é bom, tudo é vazio, tudo é bom de novo. Viver é um absurdo e não dá pra passar por isso tão ileso.
Mas do que tenho orgulho mesmo é de ter construído um mundo onde qualquer pessoa, da mais incrível à mais idiota, possa virar personagem. E de ter construído um mundo onde todos os sentimentos viram enredos com trilhas e a direção de arte certa. Dos sentimentos mais banais àqueles que nos fazem querer se rasgar inteira ou abraçar o mundo. Um mundo onde o por acaso, o cotidiano, o qualquer, o cinza, tudo pode ser motivo para gostar mais ou sentir mais a vida.

E nesse mundo, onde as pessoas acham que eu vivo nua para quem quiser me ver de todos os ângulos e me explorar e me sentir e me provar e me sacanear. Nesse mundo, eu vivo bem escondida e protegida. Ou você achou mesmo que eu construiria um castelo tão escancarado sem ter pensando na fortaleza perfeita para mantê-lo intacto?
-
Querida Tatiane Bernardi
"Estou naqueles momentos silenciosos em que pouca coisa parece fazer sentido."
 CL
"O amor não está nem aí para o que acreditamos e deixamos de acreditar. Ele acontece, apesar de nós."

Carpinejar
"Não dá para saber qual dia será
o mais importante da sua vida.
Os dias que você pensa
serem importantes...
nunca atingem
...
a proporção imaginada.
São os dias normais,
os que começam normalmente,
que acabam se tornando
os mais importantes."
" Se as pessoas estão sempre indo e vindo, eu só queria alguém minimamente eterno em sua duração, que me fizesse parar de achar normal essa história de perder as pessoas pela vida. "                                              
                                                                                        

Verônica Heiss
A gente se arrisca porque gosta de chorar de vez em quando. E se arrisca mais forte ainda porque gosta de sorrir também, digo eu, que não gosto (nem um pouco) do verbo prender. Prender o riso. Prender o choro. Prender o grito. Prender o verbo. Faz a gente deixar de ser, a gente.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Você, mais do que ninguém, sabe como eu fujo de sentimentos clichês. Não gosto da paixão, nem do medo, muito menos das saudades. Evito despedidas e reencontros muito emocionais. Você já me viu chorar; eu fico vermelha e estranha. Eu borro a maquiagem e as riscas pretas escorrem meu rosto. Pareço um pintura abstrata que não quis ser esteticamente aceitável.
Eu aprendi a lidar com a sua distância repentina, e você com a minha. Chegamos num ponto de entender a necessidade de silêncio uma da outra. Eu aprendi seus filmes preferidos e você os meus, eu descobri que podia te ligar às duas da manhã e você descobriu que as palavras de 'estou aqui pra você, sempre' eram mais reais do que imaginava.
A gente se conheceu e ponto. Nos escondíamos por trás de roupas e afastávamos olhares como quem protege o coração de mais decepções. Eu precisei falar demais pra esconder a falta de ter a quem dizer e você me ouviu. E me ouviu por mais três longos anos, sendo minha fuga num lugar com tanta gente e tão pouca afinidade. Você é minha fuga. É minha maior confiança.
Mas agora você vai. Não pra sempre, mas pra longe. E eu fico só de novo, e sinto tanto a sua falta... Você é meu apoio.
Amiga como você não é fácil de encontrar, mas é ainda mais difícil perder. A distância não vai ser suficiente. Espero que você veja em mim o que eu sempre vejo em você: a eterna companhia da minha vida.

Verônica Heiss

domingo, 3 de abril de 2011

Plural de solidão.

Eu me sentia a pessoa mais sozinha do planeta, e não faz nem uma semana. Não tinha assunto pra ninguém e não parecia fazer falta, era só uma preguiça imensa de me impor. Não queria fazer esforço nenhum pra existir pro mundo. Pra que me aproximar se fatalmente farei sofrer? Pra que me interessar se sei que não me apaixono? Pra que viver se eu posso ir levando uma vida medíocre, fingindo esquecer o motivo que faz pessoas acordarem todos os dias e tentarem, mais uma vez, achar um complemento?

Se desistir dos outros já é difícil, imagine desistir do mundo e de você, de você no mundo. Desistir de tudo que é pela metade. Sorrisos pela metade, cumprimentos pela metade, vidas pela metade... Se não é inteiro, não me interessa. Acontece que a gente não pode deixar pra trás tudo que não teve tempo de se formar: uma hora isso me deixa pela metade, e eu não quero ser deixada também. Aprendi a falar esse idioma humano, "oi, tudo bem?" sai automaticamente, mesmo quando quero dizer "Você está bem? Por que eu nunca falei com você antes?". Conhecer melhor as pessoas é uma questão de estar aberta pra isso e saber abrir os outros também. É tomar iniciativas, encontrar assunto, e eu tenho que estar disposta a ser alguma coisa de verdade. Não posso desistir assim.

Eu sei que as pessoas são todas esburacadas, mas o que move o mundo é a busca pelo revertério. Elas vão se preenchendo de música, de festa, de comida, de academia, de gente, porque têm fé no que chamam de amor. Nem que seja o amor próprio. Algo que faça brilhar os olhos, que esconda a realidade fria por alguns segundos ou mais. E o que atrai os outros, inconscientemente, é exatamente isso: essas pessoas parecem tão repletas que despertam fascinação e vontade de estar perto. Mesmo que não sejam repletas de verdade, mesmo que também procurem isso no mundo.

Porque sozinho não é só quem acorda de manhã numa casa sem cachorro, trabalha conversando com a planta no vaso que não toma sol e vai dormir depois de ter visto uma ou duas pessoas que nem ao menos lembram seu nome. Sozinho não é só quem vaga chorando pela avenida Maria Monteiro sem ter pra onde ir e sem ter quem pergunte onde pretende chegar. Não é só quem não tem amigos ou família na cidade e viaja todo final de semana em busca de casa.

Tem aquela sozinha que é a misteriosa da firma e troca olhares com meia dúzia de caras, fazendo as mais tímidas questionarem o seu segredo e desejarem seu lugar, mas que chega em casa e só queria um cafuné, uma cama quentinha, um abraço quentinho. E isso olhar de desejo não oferece. Tem o sozinho que passa o dia entretendo o mundo e não tem ninguém pra agradecer, porque é só mais um malabarista de farol que pede moedas e oferece arte e sorrisos, um chato que incomoda conversas apressadas no celular, atrapalha o trânsito. Tem a tia sozinha que se veste de menina e sai com meninos, mas que nunca é levada a sério. E sabe disso. Sabe também que é melhor fingir essa alegria juvenil do que admitir o fracasso de não ter conseguido evitar a própria idade.

Solidão todo mundo sabe o que é, já experimentou pelo menos uma vez na vida. Tem gente que se rende, tem gente que foge. Mas essa menina carente que é a Solidão - grande ironia - não gosta de ficar sozinha. Às vezes ela traz o medo, a angústia, a dor, fazendo parecer terrível sua existência. Fere os mais vulneráveis. E quando a solidão decide ficar sem machucar? E quando você descobre que é sozinho sim, mas isso não é questão de escolha ou castigo? E se isso não for a pior coisa do mundo, como parece? A solidão não é um bicho de sete cabeças, não é necessariamente uma coisa ruim. Talvez eu ficar sozinha seja o melhor pra todo mundo. Enquanto eu sentir isso, permaneço aqui, no papel. Ser só é ótimo para as articulações dos dedos.

A solidão, quando toma conta assim de alguém, quando não dá outras alternativas, passa a ser mais de uma solidão. Tem solidão de gente, de espaço, de vida. Plural de solidão é vazio existencial. Mas eu estou viva, não estou? As pessoas estão todas aí, não estão? Só me falta somar ao invés de substituir e viver ao invés de escrever. Dá licença, vou até ali fazer diferente.

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Verônica Heiss

Silêncio.

Permita-me desfalecer enquanto disserto sobre coragens que não tenho. Deixe-me ir quando não houver mais disposição para ficar. Aceite minhas falhas que hoje me definem e me limitam, mas diga o que for preciso pra me corrigir. Deixe-me chorar pela incompletude desses dias que não passam, mesmo que seja bobagem, mesmo que minha solidão seja infundada e incompreensível. O telefone não toca e se você não conhece o desespero do silêncio, apenas aceite.

Eu ando sorrindo mentiras por aí. Fazendo novos eus, como se só houvesse possibilidade de ser verdade ao lado de alguém. É coisa de gente que se ilude, eu sei, gente que espera o aval de outras pessoas para ser feliz. Mas é que me dá um aperto, uma angústia. Você sabe do que eu estou falando, aquele sentimento que a gente tem quando todo dia é segunda-feira. Eu espalhei muito sorriso à toa, pra ver se um deles prendia alguém no canto dos lábios. Não funcionou. Mas ainda tenho alguns guardados, chorosos, quase desistentes, quase sem motivo, esperando valer à pena escapar pelos olhos.

Perdoe-me a indelicadeza, a maneira bronca no convívio humano. Falta-me a consciência de amar. Sobra-me o medo de ser mal entendida. Tenho limitações bobas que não se explicam com definições certas, palavras existentes. Tem um dicionário inteiro de termos ainda não criados para falar sobre mim. Não sei o que, não sei o motivo, não sei como. Não explico, nem me importo. Apenas sou. E isso tem que bastar.

Você me pergunta se eu não tenho coração. Eu tenho. Tenho um coração vazio de ódio ou amor. Se você não consegue ouvi-lo é porque não faz ele bater. Me provoque, me ofenda, brigue comigo, mas não me deixe presa no comum. Não permita que o tédio silencie meu coração.

Verônica H.
"A tua solidão é tão vasta quanto a minha. Confessa. Tuas noites são povoadas por saudades.
E memórias. Em segredo. Tu também te perdes, caminhos errados, pessoas estranhas…
Ninguém desconfia das tuas angústias…”
" Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."
C. Lispector
"Então eu deixo algumas coisas passarem incompletas porque tenho consciência de que certas palavras ainda não têm tradução. Por mais que eu grite, vai ter quem não entenda, não aceite. O que eu não aceito é ter nascido num mundo tão grande e conhecer só uma pequena parte. Vou voar. Quem conseguir compreender, que me acompanhe."

Verônica H.
                     "Minha necessidade não é de falar, é de ser ouvida.
Você pode ter meu silêncio, se compreender o que
dizem meus olhos."

Verônica H.
"Porque eu tô ainda muito inseguro de mim mesmo, e não acreditando absolutamente que alguém possa me curtir bem assim como eu sou. Eu não tenho quase experiência dessas transações, me enrolo todo, faço tudo errado — acabo me sentindo confuso. Tudo isso é tão íntimo, e eu já estou tão desacostumado de me contar inteiramente a alguém, tão desacreditando na capacidade de compreensão do outro, sei lá, não é nada disso, sabe? Conviver é difícil — as pessoas são dificeis — viver é difícil paca."  CF
"(...)Nunca notou que mulheres como eu não são fáceis de se ter; são como flores difíceis de cultivar. 
Flores que você precisa sempre cuidar, mas que homens que gostam de praticidade não conseguem. 
Homens que gostam das coisas simples. Eu não sou simples, nunca fui.''
Caio Fernando Abreu
Você imagina quantas mulheres existem em mim? Eu posso acordar doce, ficar amarga e até dormir ácida sem você perceber. Mas eu quero que você perceba. Eu quero que você se alimente do que há de melhor e pior em mim. Eu quero te mostrar cada gosto, te misturar, te revirar o estômago, te virar do avesso, jogar a receita fora. (Nada de banho-maria).
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Fernanda Mello

“Aperta minha mão e me diz que eu posso deixar tudo isso pra trás sem tanta dor.”


Em vez de sucesso sinto segundos desejáveis de suicídio, vontade de pular lá de cima da montanha com o dedo desejando um último foda-se ao mundo. Nem que seja para fazer barulho e sujar o chão dos equilibrados. Nem que seja para fazer falta.

Tati Bernardi
Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez; que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas; que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio[...]

Gabriel García Márquez.

É como diria Bukowski:


Não quero ser uma pessoa interessante, dá muito trabalho.

Do amor.

Não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento, relações de dependência e submissão, paixões tristes. Algumas pessoas confundem isso com amor. Chamam de amor esse querer escravo, e pensam que o amor é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada. Pensam que o amor já está pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado. Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor se manifesta. A virtude do amor é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado. O amor está em movimento eterno, em velocidade infinita. O amor é um móbile. Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como se deixar sê-lo? E como impedir que a imagem sedentária e cansada do amor não nos domine?
Minha resposta? O amor é desconhecido. Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o amor será sempre o desconhecido, a força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do amor é a de um ser em mutação. O amor quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante.
A vida do amor depende dessa interferência. A morte do amor é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar pela estrada reta. Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos e nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim. Não, não podemos subestimar o amor. Não podemos castrá-lo.
O amor não é orgânico. Não é meu coração que sente o amor. É a minha alma que o saboreia. Não é no meu sangue que ele ferve. O amor faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito. Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem novas estrelas recém-nascidas. O amor brilha. Como uma aurora colorida e misteriosa, como um crepúsculo inundado de beleza e despedida, o amor grita seu silêncio e nos dá sua música. Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos o alimento preferido do amor, se estivermos também a devorá-lo.
O amor, eu não conheço. E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo, me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o amor a navega. Morrer de amor é a substância de que a vida é feita, ou melhor, só se vive no amor. E a língua do amor é a língua que eu falo e escuto.
"Aquela velha história do amigo engarrafado me era completamente aplicável, não havia companhia melhor. Porque eu não desejava conversar, pessoas se preocupam demasiadamente e eu não precisava de especulações, conversas enfadonhas e repetir tudo o que estava acontecendo comigo. Não. Eu não quero falar sobre isso. Isso o quê? Se eu tivesse noção do que era... Acontece que esses dias estão tortuosos e eu não desejo levantar-me daqui, a poltrona já adquiriu o formato do meu quadril e a TV me dá o entretenimento necessário para continuar trancafiada aqui. Sossego é o que eu quero. (...) o coração já não bate, esquecera completamente o tal do Tum-tum-tum. Será que o coração bate assim? Há algum tempo que não sei como ele reage, porque os dias estão vazios... Porra eu preciso ser internada.”



Caio Fernando

sexta-feira, 1 de abril de 2011

"Nunca tive personalidade, não no sentido que os outros têm, ou pensam ter. Sempre fui um ninguém definido, cujo maior desejo era ser um alguém indefinido." 

John Banville
Por favor, não me empurre de volta ao sem volta de mim, há muito tempo estava acostumado a apenas consumir pessoas como se consomem cigarros, a gente fuma, esmaga a ponta no cinzeiro, depois vira na privada, puxa a descarga, pronto, acabou. Desculpe mas foi só mais um engano? E quantos ainda restam na palma da minha mão? Ah, me socorre que hoje não quero fechar a porta com essa fome na boca."

Caioooo, o Abreu!

Mania de esperar que as coisas sejam dum jeito determinado, por isso a gente se decepciona e sofre.

"Acontece que eu sou babaca, pateta e ridícula o suficiente para estar procurando O Verdadeiro Amor."
Caio lindo!