terça-feira, 31 de maio de 2011

Como a vida é tecelã imprevisível, e ponto dado aqui vezenquando só vai ser arrematado lá na frente. CF
E eu não tenho ninguém pra ligar na madrugada, dizer que ta doendo pra caralho, vem me ver. Ninguém pra atravessar a cidade por mim.  CF

segunda-feira, 30 de maio de 2011




Eu já passei da idade de ter um tipo físico de homem ideal para eu me relacionar. Antes, só se fosse estranho (bem estranho). Tivesse um figurino perturbado. Gostasse de rock mais que tudo. Tivesse no mínimo um piercing (e uma tatuagem gigante). Soubesse tocar algum instrumento. E usasse All Star.


Uma coisa meio Dave Grohl.


Hoje em dia eu continuo insistindo no quesito All Star e rock´n roll, mas confesso que muita coisa mudou. É, pessoal, não tem jeito. Relacionamento a gente constrói. Dia após dia. Dosando paciência, silêncios e longas conversas. Engraçado que quando a gente pára de acreditar em “amor da vida”, um amor pra vida da gente aparece. Sem o glamour da alma gêmea. Sem as promessas de ser pra sempre. Sem borboletas no estômago. Sem noites de insônia. É uma coisa simples do tipo: você conhece o cara. Começa, aos poucos, a admirá-lo. A achá-lo FODA. E, quando vê, você tá fazendo coraçãozinho com a mão igual uma pangaré. (E escrevendo textos no blog para que ele entenda uma coisa: dessa vez, meu caro, é DIFERENTE).


Adeus expectativas irreais, adeus sonhos de adolescente. Ele vai esquecer todo mês o aniversário de namoro, mas vai se lembrar sempre que você gosta do seu pão-de-sal bem branco (e com muito queijo). Ele não vai fazer declarações românticas e jantares à luz de vela, mas vai saber que você está de TPM no primeiro “Oi”, te perdoando docemente de qualquer frase dita com mais rispidez.


Ah, gente, sei lá. Descobri que gosto mesmo é do tal amor. DA PAIXÃO, NÃO. Depois de anos escrevendo sobre querer alguém que me tire o chão, que me roube o ar, venho humildemente me retificar. EU QUERO ALGUÉM QUE DIVIDA O CHÃO COMIGO. QUERO ALGUÉM QUE ME TRAGA FÔLEGO. Entenderam? Quero dormir abraçada sem susto. Quero acordar e ver que (aconteça o que acontecer), tudo vai estar em seu lugar. Sem ansiedades. Sem montanhas-russas.


Antes eu achava que, se não tivesse paixão, eu iria parar de escrever, minha inspiração iria acabar e meus futuros livros iriam pra seção B da auto-ajuda, com um monte de margaridinhas na capa. Mas, CARAMBA! Descobri que não é nada disso. Não existe nada mais contestador do que amar uma pessoa só. Amar é ser rebelde. É atravessar o escuro. É, no meu caso, mudar o conceito de tudo o que já pensei que pudesse ser amor. Não, antes era paixão. Antes era imaturidade. Antes era uma procura por mim mesma que não tinha acontecido.


Sei que já falei muito sobre amor, acho que é o grande tema da vida da gente. Mas amor não é só poesia e refrões. Amor é RECONSTRUÇÃO. É ritmo. Pausas. Desafinos. E desafios.


Demorei anos pra concordar com meu querido (e sempre citado) Cazuza: “eu quero um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida”. Antes, ao ouvir essa música, eu sempre pensava (e não dizia): porra, que tédio!


Ah, Cazuza! Ele sempre soube. Paixão é para os fracos. Mas amar - ah, o amor! - AMAR É PUNK.
-
Fernanda Mello
Só agora eu sinto que as minhas asas eram maiores que as dele, e que ele se contentava com os ares baixo; eu queria grandes espaços, amplitudes azuis onde meus olhos pudessem se perder e meu corpo pudesse se espojar sem medo nenhum. Queria e quero- ainda. Voar junto com alguém, não sozinha.

Muitas vezes é preciso se afastar de algo para se perceber a beleza que algo possui, tudo muito de perto tem não só mais defeitos, mas também mais exigência de quem observa. A proximidade em excesso pode resultar em distância entre as pessoas. A beleza de algo, por vezes, está em ser a primeira vez que vemos, depois a raridade se torna comum e deixamos até de dar valor ao que deveríamos fazer questão de nunca perder. Mas perdemos. Nos perdem. A vida é perda consecutiva e no fim se perde a vida, mas enquanto a temos precisamos buscar o melhor, ainda que seja difícil encontrar o melhor, perceber o melhor e mais difícil ser e manter o melhor, para nós e para quem amamos. Acho que se tratando de coração o melhor é o que não é o óbvio, e é a vida que me ensina isso, quando eu quero aprender. O melhor não é fácil, o melhor não é barato, o melhor demora. Os melhores shampoos são os que não têm propaganda na TV. Os melhores livros são os que não se parecem com os resumos. Os melhores filmes são os que não passam em todos os cinemas. As melhores músicas de um CD são sempre as que não fizeram sucesso algum. Os melhores amigos são aqueles com os quais você pensava não ter nada em comum. As melhores compras são as que não foram programadas. Os melhores beijos são os que você deu sem expectativas. Os melhores presentes são os que você não pensava em ganhar. Os melhores encontros são os que não foram marcados. As melhores comidas são as que você fez só com o que tinha no armário. As melhores viagens são as internas. Os melhores passeios são os para os destinos menos badalados. A melhor lata de leite condensado é a que não alcançamos no armário. As melhores contradições estão nas coisas mais claras. O melhor do fim ainda é a saudade. O melhor do encontro é a espera. Talvez, por tudo isso junto, as melhores lembranças podem ser do que queremos esquecer e os melhores amores são os que nunca aconteceram.

Ruleandson do Carmo


‘Se o tal “amor” é impontual e imprevisível que se dane! Não adianta: as pessoas são impacientes! São e sempre vão ser! Tem gente que diz que não é. “Eu não sou ansioso, as coisas acontecem quando tem que acontecer.” Mentira! Por dentro todo ser humano é igual: impaciente, sonhador, iludido. Jura de pé junto que não, mas vive sempre em busca da famosa cara metade! Pode dar o nome que quiser: amor, alma gêmea, par perfeito, a outra metade da laranja… No fim dá tudo no mesmo. Pode soar brega, cafona. Mas é a realidade. Inclusive o assunto “amor” é sempre cafonérrimo. Acredito que o status de cafona surgiu porque a grande maioria das pessoas nunca teve a oportunidade de viver um grande amor. Poucas pessoas experimentaram nesta vida a sensação de sonhar acordada, de dormir do lado do telefone, de ter os olhos brilhando, de desfilar com aquele sorriso de borboleta azul estampado no rosto.
-
Luis Fernando Verissimo
"Quanto mais ando, querendo pessoas, parece que entro mais no sozinho do vago..."

- Guimarães Rosa

Será que sou a única idiota do mundo?

Olho para a pilha de papéis que devo ler e anotar em vermelho e penso: caguei.

Preferia umas cem vezes te ver saindo do banho novamente, limpo de mim.Pronto pra se sujar de mim novamente.Aí olho para essa pilha de livros que ensinam a roteirizar e penso: grande merda.Prefiria repassar pela milésima vez o roteiro que começa com você me beijando mais intenso, evolui pra você me beijando mais pra baixo e termina com você me beijando já sem forças.(...) Chegou um e-mail com a programação completa do meu curso de yoga.Chegou outro com uma planilha de Excel cheia de datas que eu devo cumprir.Chegou outro com a mais nova modalidade de assalto na Henrique Schaumann.Grande bosta.Eu só queria que chegasse um e-mail seu.Ou melhor: que você chegasse ao vivo.E que você me trouxesse aqui a sua barriga, a sua nuca, a parte mais branca das sua coxas, a sua cara de bravo até pra sentir prazer e o seu cheiro de cigarro com amaciante.Me traz você, por favor.Me traz e leva embora todas essas coisas chatas que só servem para ocupar minhas horas enquanto você não chega.(...) A internet me diz que a crise aérea não tem solução.E essa minha saudade de você? Será que tem?Não, o segundo casamento não é uma praga papa, praga é sentir isso.Praga é acumular jornais, revistas, livros e papelada.Tudo sem ler. Tudo sem sentir.(...) Aí eu tomo um banho bem quente, pra te espantar da minha pele.E canto bem alto, pra te espantar da minha alma.E escovo minha língua bem forte, pra separar seu gosto do meu.(...) E eu escrevo um parágrafo e corro pra ver se tem e-mail.E eu escrevo uma linha e corro pra ver se tem mensagem de texto.E eu não escrevo nada e também não corro, apenas deixo você chegar aqui do meu lado, em pensamento.E me pego sorrindo, sozinha.E me pego nem aí para todo o resto.Mas sabe o que acontece enquanto isso?Enquanto eu não me movo porque estou lotada de você e me mover pesa demais?O mundo acontece.O mundo gira.As pessoas importantes assinam contratos, ganham dinheiro.As pessoas simples lutam por um lugar na condução, um lugar no mundo.Estão todos lutando.Estão todos ganhando dinheiro.Estão todos fazendo algo mais importante e mais maduro do que suspirar como uma idiota e só pensar em você.Eu tenho muita inveja dessas pessoas maravilhosas, adultas, evoluídas e espertas que conseguem separar a hora de ir a uma reunião de condomínio com a hora de desejar alguém na escada do condomínio.A hora de marcar o dentista com a hora de engolir alguém.A hora de procurar a palavra "macambúzio" no dicionário com a hora de se perder com as suas palavras que de tão simples parecem complexas.A hora de ser inteira e a hora de catar meus pedaços pelo mundo enquanto você dá sinais desmembrados.Eu não consigo nada disso, eu me embanano toda, misturo tudo, bagunço tudo.A minha única dúvida é se sou a única idiota a fazer isso comigo ou se sou a única idiota a admitir que faço isso comigo.

Tati Bernardi
A gente sempre procura um amor que dure o mais possível. Procura, procura, talvez tu aches. Pra mim é horrível eu aceitar o fato de que eu tô em disponibilidade afetiva. CF
Abrir mão não quer dizer que eu não queria.
-
Clarice Lispector
Alguma coisa aconteceu comigo. Alguma coisa tão estranha que ainda não aprendi o jeito de falar claramente sobre ela.  CF

É só pra mim que o mundo às vezes parece grande demais? Uma hora as coisas pesam, a gente começa a pensar no depois, no futuro, no mais pra frente. Sei que não tenho bola de cristal nem posso prever como vai ser o andamento de tudo, mas eu queria alguma certeza escondida no canto da boca.



Clarissa! Clarissa! :/

domingo, 29 de maio de 2011

"Uma mulher namora um príncipe encantado por dois meses e então descobre que ele não é príncipe porcaria nenhuma, e sim um bobalhão que não soube equalizar as diferenças e sumiu no mundo sem se despedir. Mais um, segundo ela. São todos assim, os homens. Ela resmunga que não dá mesmo para acreditar no amor. Peraí. Por que o amor tem que levar a culpa por esses desencontros? Que a princesa não acredite mais no Pedro, no Paulo ou no Pafúncio, vá lá, mas responsabilizar o amor pelo fim de uma relação e não querer mais se envolver com ninguém é preguiça de continuar vivendo. Não foi o amor que caiu fora. Aliás, ele talvez nem tenha entrado nessa história. Quando entra, é para contribuir, para apimentar, para dar sabor, para ser feliz. Se o relacionamento não dá certo, ou dá certo por um determinado tempo e depois acaba, o amor merece um aperto de mãos, um muito obrigada e até a próxima. Fique com o cartão dele, com os contatos todos, você vai chamá-lo de novo, vai precisar de seus serviços, esteja certa. Dispense namorados, mas não dispense o amor, porque este estará sempre a postos. Viver sem amor por uns tempos é normal. Viver sem amor para sempre é azar ou incompetência. Mas não pode ser uma escolha, nunca. Escolher não amar é suicídio simbólico, é não ter razão para existir. Não me venha falar de amigos e filhos e cachorros, essas compensações amorosas sofisticadas, mas diferentes. Estamos falando de homens e mulheres que não se conhecem até que um dia, uau. Acontece. Segunda história. Uma mulher ama profundamente, é amada profundamente, os dois dormem embolados e se gostam de uma forma indecente, de tão certo que dá a relação, e de tão gostosa que são inclusive as brigas. Tudo funciona como um relógio que ora atrasa, ora adianta, mas não pára, um tic-tac excitante que ela não divulga para as amigas, não espalha, adivinhe por quê: culpa. Morre de culpa desse amor que funciona, desse amor que é desacreditado em matérias de jornal e em pesquisas, desse amor que deram como morto e enterrado, mas que na casa dela vive cheio de gás e ameaça ser eterno. Culpa, a pobre mulher sente, e mais: sente medo. Nem sabe de quê, mas sente. Medo de não merecê-lo, medo de perdê-lo, medo do dia seguinte, medo das estatísticas, medo dos exemplos das outras mulheres, daquela mulher lá do início do texto, por exemplo, que se iludiu com mais um bobalhão que desapareceu sem deixar rastro - ou bobalhona foi ela, nunca se sabe. Mas o fato é que terminou o amor da mulher lá do início do texto, enquanto essa criatura feliz e apaixonada é ao mesmo tempo infeliz e temorosa porque sente aquilo que tanta gente busca e pouco encontra: o tal amor como se sonha. Uma mulher infeliz por amar de menos, outra infeliz por amar demais, e o amor injustamente crucificado por ambas. Ele, coitado, sendo acusado de provocar dor, quando deveria ser reverenciado simplesmente por ter acontecido na nossa vida, mesmo que sua passagem tenha sido breve. E se não foi, se permaneceu em nossa vida, aí nem se fala. Qualquer amor, até aqueles que a gente inventa, merece nossa total indulgência, porque quem costuma estragar tudo, caríssimos, somos nós."

(Martha Medeiros)

Ela (des)equiLibra




Uma libriana já nasce com um ponto positivo: é libriana. Um ponto não, muitos, porque as librianas são o signo que Deus inventou pra criar as mulheres mais interessantes e apaixonáveis.
Ter uma libriana acordando ao seu lado, é garantia de um dia interessante. Porque a libriana consegue transformar tudo o que é chato na sua vida em uma história interessante. Sim, as librianas são as melhores no quesito “contar histórias” (o que faz ser também um ponto de atenção, lógico, se é que você me entende). Deixe sua libriana longe por um dia e na volta se prepare pras melhores histórias. Deixe sua libriana perto, bem perto um dia e se prepare para um dia especial (porra, agora tá parecendo propaganda de motel).
Além de boa contadora de história, a libriana é uma boca suja por natureza (talvez perto de você ela não fale tanto, mas não duvide disso perto das amigas dela). Boca suja e ligeira. Nada passa desapercebido no pensamento rápido dela. O que faz seu papo ser bem interessante. E inteligência numa mulher é fundamental!
E se você pensou que era só isso, se enganou. As librianas – tendo nascido com o signo que Deus inventou pra criar mulheres interessantes e apaixonáveis – têm auto grau de natalidade de mulheres lindas! Sim! Eu, profundo conhecedor da arte dos signos, não me lembro de conhecer uma libriana feia. Geralmente elas têm aquele corpo mignon, equilibrado, tipo aquele que você está imaginando agora!
E o mais mais: elas sabem se cuidar, muito bem cuidadas, sem que isso as deixe fúteis ou chatas ou tudo aquilo que afeta uma mulher vidrada em beleza. Não, amigo, a libriana tá sempre com aquele cabelo de foto de pote de shampoo, com a unha na cor que a moça da novela usou ontem, com a roupa que a modelo do SPFW desfilou hoje e com o sapato bico fino que o Hercovich vai lançar amanhã, sem perder o humor, a graça, a história pra contar, a piada e a boca suja!




Quem rege o signo de Libra é o planeta Vênus. Precisa falar mais ? Deusa do amor e da beleza, Vênus acrescenta à mulher libriana uma delicadeza e sensualidade incrível. Mesmo que não seja bonita, é tão charmosa e atraente que encanta uma legião de homens ao seu redor. E mesmo assim nem se dá conta de todo esse seu potencial de sedução. Mulheres librianas adoram ser cobertas de presentes e mimos. Gostam de ser tratadas como pessoas especiais. Às vezes podem parecer um tanto fúteis, se importando com roupas, jóias, festas, fofocas, mas sempre terão classe. Marque um encontro com uma libriana e você terá uma noite maravilhosa, cheia de elegância e romantismo. Talvez tenha que esperar muito para poder sair. Escolher roupas é algo que as librianas demoram muito. Sapatos que combinem, bolsa, maquiagem, cabelo... e isto pode demorar horas. Fique calmo e espere na sala lendo uma revista para passar o tempo. Você se sentirá numa sala de espera de um consultório médico, cheio de revistas sobre televisão, cinema e vida social. Mas valerá a pena. Quando ela aparecer você verá uma princesa que se preparou para seu príncipe, e é melhor você estar como um príncipe também. Librianas se importam muito com a aparência de seus pares. Crie um clima de romance e sofisticação e você estará garantindo uma relação maravilhosa. Na intimidade elas se mostrarão amantes sensualíssimas. Só resta manter esse mesmo clima para sempre, que é o que elas desejam. É só lembrar da boneca Barbie, que também deve ser de Libra.

Horóscopo - Libra por Cristian Pior






Vou ou não vou?

Libra é considerado o signo da justiça.
Da beleza.
Da arte.
Da música. Enfim, uma viadagem só.

O que dá mais raiva neste signo é que o seu planeta regente é Vênus, o planeta do amor, que também rege touro.
Por isto é tão fácil encontrar pessoas lindas de touro e libra.
E libra persegue a beleza. O libriano pode morar debaixo da ponte, mas no cantinho vai ter um vidro de desodorante cheio de água com uma margarida, só para ele ter algo belo para olhar ao acordar.

É muito comum gente de libra cair nas garras de periguetes lindas e gigolôs irresistíveis, porque ficam atrás do que é belo e se outras pessoas também acham belo, piorou.
É aquele típico rapaz que tem uma namorada bonita e a leva até no futebol, só para mostra-la aos outros.

Libra também tem uma mania chata de seduzir Deus e o mundo e depois não sabe o que fazer com a vítima, então é muito comum que tenha muitos relacionamentos ao mesmo tempo, até que uma das vítimas perde a paciência e lhe mete a mão na cara(geralmente uma ariana ou leonina ensandecidas) .
E Fica horas, numa mesma questão:

'Mas se formos ao motel, não acordaremos cedo para comer o pastel da feira...'
'Mas se acordarmos cedo para comer o pastel, não iremos ao motel, e acho que precisamos transar...'
'Mas também se formos a feira, não sei se é legal, porque você está de regime'...
'Mas também no motel tem TV, então poderíamos ver o Supercine'.. ..
Mas também...
E segue a chatice que dá nos nervos.

E quando libra se decide, afe, dá lhe romantismo melado.
No meio do sexo, o libriano quer parar e olhar nos seus olhos e inventa de acariciar seu corpo com uma rosa .
No meio de um jogo de baralho ele quer que você pare, porque a Lua tá linda.
No final da novela, ele resolve dizer que te ama.
Coragem!

É muito comum librianos casarem-se muito cedo, porque acharam que aquele amor em cima de uma roda gigante era para sempre.
É normal que casem se várias vezes.
É bom que fiquem ricos, porque terão muitas pensões para pagar.

Já a mulher libriana mesmo pobre estará envolvida com beleza, ou justiça.
Será a vendedora de cosméticos, de lingerie, de bijouteria, ou de tudo isto.
Será advogada ou cobradora do Serasa, ou cantora de cabaré, churrascaria, buffet infantil ou até de sucesso.

Mas serão charmosas, românticas e tem que tomar cuidado com rostinhos lindos, porque são o seu ponto fraco.
Academias de ginástica também são a sua praia.

Aviso de amigo: Cuidado com pessoas de touro com ascendente em libra. Vão te fazer pastar muito. Evite.

E não se espante se a pessoa de libra te pedir um 'tempo' de manhã e a noite disser :'Eu te amo'.
Eles mudam de idéia assim como eu mudo de cueca.
E são os que mais demoram para terminar um namoro.
chatooooooooooooooo .
Infelizmente é o meu ascendente. Rsrsrsrsrsrsrrsrsrs rs.

Pessoas famosas de libra:
Bofes: Sting, Eminem, Ralph Lauren, John Lennon, Bruce Springsteen , Michael Douglas, Pele(é minha filha ou não é?), Pavarotti.

Periguetes de libra:
Gwyneth Paltrow, Catherina Zeta Jones, Brigitte Bardot, Catherine Deneuve, Rita Hayworth, Gwen Stefani, Donna Karan, Monica Belucci e aquela bonitona que fez seu irmão largar família e filhos e fugir para o interior.

Grifes que combinam com este signo: Valentino, Chanel, Dior, Louis Vitton, Ungaro, Lacroux, Prada (as mais caras e elegantes, pois Vênus odeia o miserê)

Nacionais: Carlos Miele,Tufi Duek, Maria Bonita, Lenny, Fause Haten, V.Rom, Foch(para os moços gays), Fabia Berseck, Ricardo Almeida.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Desculpa, mas não entendo. Eu quero tudo e mais ainda. Amor tem que encher o coração, a casa, a alma. Pouco ou metades nunca me completaram.
 
Clarissa!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

"Isso tudo nunca foi pra mim, nunca funcionou, é sempre eu que caio, de amores, ilusões, dores e no final de tudo eu fico aqui, esperando esse trem, pra me levar para a proxima estação, onde eu possa finalmente criar uma nova ficção na minha cabeça, uma nova atração para os meus olhos, uma nova paixão pro coração, e quem sabe, um final pra este roteiro."



[Caio F. Abreu]

terça-feira, 24 de maio de 2011

"Faz frio hoje. O inverno está chegando. Estranho, o inverno sempre me deixa um pouco mais profundo. Me volto para dentro de mim mesmo, tenho a impressão exata de que me pareço com um dos plátanos da praça aí de baixo: hirto, seco, mas guardando alguma coisa por dentro. Quem sabe se essa tristeza que tenho, tão parecida com esse frio envergonhado de não ser frio — quem sabe, se não é apenas o derrubar das folhas?"

(Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 23 de maio de 2011


"Na terra do coração passei o dia pensando - coração meu, meu coração. Pensei e pensei tanto que deixou de significar uma forma, um órgão, uma coisa. Ficou só com-cor, ação - repetido, invertido - ação, cor - sem sentido - couro, ação e não. Quis vê-lo, escapava. Batia e rebatia, escondido no peito. Então fechei os olhos, viajei. E como quem gira um caleidoscópio, vi: Meu coração é um sapo rajado, viscoso e cansado, à espera do beijo prometido capaz de transformá-lo em príncipe."

(Caio Fernando Abreu)


Falam tanto nele e dele. Nos dias de hoje falam porque é modernoso dizer. É graciosinho falar que gosta do Caio (Caio, repete aí, olha que nome lindo e forte). Meu MSN tá repleto de criaturas com nicks e frases dele. Frases de efeito, bonitas, impactantes. Mas é moda, tudo moda. Sempre achei que a moda vem de dentro e não de qualquer Fashion Week, revista, gente renomada que diz ou estilista. Sério, nem sempre o que tá na moda fica bem em você. Tem que abrir o olho e fazer as próprias escolhas. Além do mais, desculpa, mas tem coisa que tá na moda que é feia de doer. Duvido que alguém queira ficar feio, ainda mais um feio de doer. Ei, seja bonito e crie a sua moda. No orkut a moda-Caio também pegou. Profiles e mais profiles com citações. Acho uma babaquice, mesmo. Desculpa, não sou a garota-amarga-e-enxaqueca, mas acho que o Caio merece respeito. A obra dele, idem. Caio Fernando Abreu funciona assim: você pega um livro, qualquer um. Lê ele inteiro. Ri, chora, sublinha, rabisca, sonha com as frases, as páginas te estapeiam a cara, mas você gosta de apanhar. É amor à primeira vista. Ou ódio, pois a minha mãe acha ele um depressivo e maluco chato. Cada um com a sua opinião. Mas não gosto dessa coisa de modinha. Ele morreu há dez anos, conheço os seus textos antes da sua partida pra outro lugar. E sei, sei mesmo, que ele foi pra um lugar bonito. Acho que quem sente bonito, quem escreve bonito, eu acho, são só achismos muito pessoais, mas acho que quem é assim, sei lá, quando morre vai pra um lugar bonito, muito bonito. Se você não o conhece, por favor, pesquise. Entre na vida, nos livros, na intimidade dele. Depois fale, coloque as frases. Ou esqueça tudo o que eu disse, as pessoas são livres. É que não sei, pra mim ele significa tanto! Tanto, mas tanto, que não pode ser resumido em uma palavra ou frase só pra mostrar que a pessoa lá tem um coração qualquer que bate de vez em quando. Sim, quem coloca frase ou trecho dele sem nem conhecer direito quer mostrar pro mundo que tem qualquer sentimento, seja ele qual for.
Coloquei o trecho, fui escrevendo sobre ele e esqueci de dizer o principal: ele sabia das coisas, sempre.

Exatamente Clarissa!

domingo, 22 de maio de 2011

Uma alma desassossegada, um vulcão em erupção, um desejo latente, uma preguiça de me explicar, uma sede de vida, vendaval de emoções, um turbilhão aqui dentro, e é sempre só você que acalma a minha pressa, e me entende, do início ao fim.
Que a vida ensine que tão ou mais difícil do que ter razão, é saber tê-la. Que o abraço abrace. Que o perdão perdoe. Que tudo vire verbo e verbe. Verde. Como a esperança. Pois, do jeito que o mundo vai, dá vontade de apagar e começar tudo de novo.
Não procure paz onde paz não há, não procure alguém onde não há ninguém, não procure o céu azul no mar vermelho, não procure outras pessoas no espelho.

sábado, 21 de maio de 2011

"No entanto, se existe alguma coisa que me motiva a sempre sair na rua e mandar esses sinais sem destinatário, é o fato de eu acreditar nas coincidências absurdas que se escondem por detrás de todas essas esquinas. De alguma forma, lá no fundo, eu sei que vou tropeçar em ti, mais cedo ou mais tarde.  Sei que não vai haver distração capaz de tirar o teu olhar do caminho do meu. Algo vai acontecer, e os nossos sinais vão se coincidir, vamos colidir de forma tão violenta que a nossa vibração vai ser uma só. Vamos ressonar, pra todo mundo ouvir e voltar a acreditar que as "melhores pessoas do mundo", de fato, existem. Aí eu virei aqui pra contar que o destino realmente existe, e que muitas das nossas melhores histórias são escritas a quatro mãos, de olhos fechados, e sem revisão ortográfica. Quando eu digo que o futuro é agora, quero dizer que o final dessa história depende do começo, da primeira linha, da primeira palavra."

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Quando tudo parece fora do seu devido lugar, o que devemos fazer? Meu queridinho e amado blog, o que me restaria se eu nao tivesse você pra jogar aqui todos esses sentimentos tolos que ando mostrando por ai? Na minha vida parece que eu tenho que me acostumar a deixar pessoas pelo caminho sem que haja uma maneira de traze-las comigo, sempre foi assim. Ja perdi tantas, ja deixei tantas, umas eu posso lembrar de vez em quando, outras parecem que levaram junto com elas um tiquinho de mim. O problema sou eu? sim, em partes eu diria. E os outros? Ah, os outros devem ter problemas pra conseguir me aturar (ou não né?). Eu sou uma pessoa extremamente dificil, concordo, mas e as coisas boas que trago dentro daquilo que chamam de coração, não importa, não conta? Eu só queria uma pessoa minimamente disposta a ficar do meu lado pra sempre, a me ajudar a melhorar, a  me entender e sobretudo compartilhar momentos ruins, dolorosos e aqueles poucos que eu tenho de felicidade intensa. Sabe, eu to tentando entrar numa terapia, estou com esperança que isso me ajude a superar tantas "bostas" que andei fazendo, vivendo e sendo. E o mais importante quero me redescobrir e quando isso acontecer, quero mudar o que não me faz feliz e aceitar o que é meu, de fato, aceitar o que me torna 'Amanda Maia' do dia 11 de outubro, que ama os outros e nem sabe como amar, ela nem sabe dizer pras pessoas o quão importante elas são, eu não acho que seja só culpa dela, ela nem pediu pra ser assim. Mas é? Certo. E é isso que a torna tão ela.

Feliz, triste, intensa, complicada, louca, amiga, infantil tbm que acabei de descobrir, pegajosa, sentimental, dramática e com um puta coração lotado de amor, que nem consegue dar, ta guardadinho, mas parece que as pessoas não esperam mais por isso, é já e agora. Paciência não se tem mais.  E eu o que dizer? Sozinha, sempre, mais uma vez. Desse jeito vou acabar é me acostumando.

AmandaMaia

quinta-feira, 19 de maio de 2011

É inevitável, mas bem ou mal a gente sempre acaba esperando algo dos outros. Nem que seja um obrigado. Talvez a vida fosse bem mais simples, lágrimas fossem evitadas e corações fossem poupados se a gente simplesmente não esperasse nada. Mas a gente espera. Espera sempre. Espera pouco. Espera médio. Espera muito. O fato é que a gente espera alguma atitude, algum gesto, nem que seja abanar lá de longe, fazer um sinal de positivo com a cabeça, um sorriso com o olhar, alguma coisa (por menor que seja).


Clarissa Corrêa

quarta-feira, 18 de maio de 2011








And if no one understands me when I say everything I think and feel?



complicated and sad, I say!
E  tudo bem. Seja lá o que for, eu peço: que seja feito o que precisa ser feito. Porque a gente tá aqui nessa vida pra enfrentar o que vier. E pra resistir se puder. (ClarissaCorrêa)

-

Um tanto difícil ne? :(

terça-feira, 17 de maio de 2011

Eu me narro tudo desde que me tenho por cérebro. Como se o tempo todo eu me contasse e contasse o mundo. Para ver se eu existo e se o mundo existe. Para ver se eu me suporto e se suporto o mundo e se o mundo me suporta. É insuportável, mas o tempo todo minha cabeça narra tudo. Minuciosamente, detalhadamente, dolorosamente. O tempo todo eu cavoco o segundo, o pó, a pele, o que se diz, o que se parece. Tentando narrar o mais profundo do profundo do que eu poderia narrar. Só pra responder o mais profundo do profundo do que eu poderia perguntar.

TatiB.
“Daqueles dias, só tenho as lembranças, boas e ruins. Guardo tudo numa caixa meio empoeirada num canto do meu subconsciente. Vez em quando ela se abre sozinha – seja por obra do vento, de algum chacoalho mais forte, de uns drinks a mais ou de uma música especial – e invade meus pensamentos com tudo o que já passou.
A vida agora é outra. O peso da convivência já não existe mais. Apenas a leveza de um fio que se estica e oscila entre o presente, o passado e o futuro. Um fio delicado. Tão delicado que pode estourar a qualquer minuto.”

Chega em mim sem medo, toca no meu ombro, olha nos meus olhos, como nas canções de rádio. Depois me diz –: “Vamos embora para um lugar limpo. Deixe tudo como está. Feche as portas, não pague as contas nem conte a ninguém. Nada mais importa. Agora você me tem, agora eu tenho você. Nada mais importa. O resto? Ah, o resto são os restos. E não importam. "

Caio F.
 
Quando? Quando é mesmo? Que nada vai importar e os restos serão simplesmente os restos?

"Ah, sejamos sinceras mulheres modernas: no fundo, no fundo, a gente quer mesmo é alguém pra dormir protegida no peito (de preferência largo, forte e levemente cabeludo).
(...) Dizem que materializar os sonhos escrevendo ajuda, então lá vai: quero transar com beijo na boca profundo, olhos nos olhos, eu te amo e muita sacanagem, quero cineminha com encosto de ombro cheiroso, casar de branco, ser carregada no colo, filhos, casinha no campo com cerquinha branca, cachorro e caseiro bacana. Quero ouvir Chet Baker numa noite chuvosa e ter de um lado um livrinho na cabeceira da cama e do outro o homem que amo.
Quero sambão com churrasco e as famílias reunidas. Quero ter certeza, ali no fundo da alma dele, de que ele me ama. Quero que ele saia correndo quando meu peito amargurado precisar de riso. Que ele esqueça, de vez em quando, seu lado egoísta, e lembre do meu. Que a gente brigue de ciúmes, porque ciúmes faz parte da paixão, e que faça as pazes rapidamente, porque paz faz parte do amor. Quero ser lembrada em horários malucos, todos os horários, pra sempre. Quero ser criança, mulher, homem, et, megera, maluca e, ainda assim, olhada com total reconhecimento de território. Quero sexo na escada e alguns hematomas e depois descanso numa cama nossa e pura. Quero foto brega na sala, com duas crianças enfeitando nossa moldura. Quero o sobrenome dele, o suor dele, a alma dele, o dinheiro dele (brincadeira...). Que ele me ame como a minha mãe, que seja mais forte que o meu pai, que seja a família que escolhi pra sempre. Quero que ele passe a mão na minha cabeça quando eu for sincera em minhas desculpas e que ele me ignore quando eu tentar enrolá-lo em minhas maldades. Quero que ele me torne uma pessoa melhor, que faça sexo como ninguém, que invente novas posições, que me faça comer peixe apimentado sem medo, respeite meus enjôos de sensibilidade, minhas esquisitices depressivas e morra de rir com meu senso de humor arrogante.
Que seja lindo de uma beleza que me encha de tesão e que tenha um beijo que não desgaste com a rotina. Que a sua remela seja sequinha e não gosmenta e que o tempo leve um pouco de seu cabelo (adoro carecas...). Que suas escatologias não passem de piada e se materializem bem longe de mim. Tem que gostar de crianças, de cachorrinhos, da minha mãe, e tem que odiar ver pessoas procurando comida no lixo. Tem que dançar charmoso, ser irônico, ser calmo porém macho (ou seja, não explodir por nada mas também não calar por tudo). Tem que ser meio artista, mas também ter que saber cuidar dos meus problemas burocráticos. Tem que amar tudo o que eu escrevo e me olhar com aquela cara de "essa mulher é única".
É mais ou menos isso. Achou muito? Claro que não precisa ser exatamente assim, tintim por tintim. Exigir demais pode fazer eu acabar sozinha em mais shows do Roberto Carlos. Deus me livre! Bom, analisando aqui, dá pra tirar umas coisinhas. Deixa eu ver... Resumindo então: tem que dizer que me ama e me amar mesmo, tem que rolar umas sacanagens e não pode ter remela
gosmenta. Pronto!
E quando eu tiver tudo isso e uma menina boba e invejosa me olhar e pensar que "aquela instituição feliz não passa de uma união solitária de aparências" vou ter pena desse coração solitário que ainda não encontrou o verdadeiro amor. "

Tati Bernardi
"Como é que a gente vai explicar pra uma pessoa que qualquer coisa pode ser de verdade, é só a gente acreditar nela?"

Caio Fernando Abreu
 
 
Explicar principalmente pra mim mesma!
Penso nele, sim, penso nele. Mas não vou ceder. Certo, certo: ninguém tem obrigação de satisfazer ao teu desejo, pela simples razão de que você supõe que teu desejo seja absoluto. Foda-se seu desejo, ora. Me dói não ter podido mostrar minha face. Me dói ter passado tanto tempo atento a ele — quando ele nunca ficou atento a mim. E eu passei tanta coisa dura. Rita Lee canta “são coisas da vida…”
Caio F.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Já falei tantas vezes: palavra é a coisa mais séria que existe na minha vida. Por favor, não me engane. Por favor, não me enrole. Por favor, não me minta. Quando eu confio, confio de corpo, alma, coração. Não faça com que eu perca essa pureza. Entende? Confiar é se entregar. Dar a palavra é assinar um contrato imaginário: minha alma não vai ferir a sua. Por favor, dê valor para as suas palavras. Por que as pessoas são assim? Por que elas traem nossa confiança? Fico triste, triste. Essa crueldade não é pra mim.
 
Clarissa! :/
A alma é invisível. O caráter é invisível. Ninguém enxerga, mas uma hora ou outra eles se manifestam, dão as caras, são notícia. Ninguém sustenta uma mentira muito tempo. Ninguém consegue manter duas caras a vida inteira. Uma hora a corda balança, você precisa se equilibrar e mostrar quem é. E não é nada fácil ser quem a gente é, abraçar defeitos, loucuras, fantasias alucinadas. Não é fácil se olhar no espelho e dar de cara com o que está visível.

Clarissa Corrêa
Andei um pouco distante. De você, de mim, das coisas. Tentei me distanciar dos pensamentos, mas eles nunca se escondem. Às vezes, me sinto perseguida por eles. Me cercam, dominam, aprisionam. A cabeça da gente é um álbum de recordações: fotos de bons momentos, fotos de maus momentos, fotos que não dizem nada, fotos que tudo falam. E assim vamos indo, vendo e revendo fotos, buscando significados ocultos, palavras perdidas, versos cuspidos.

Clarissa!

domingo, 15 de maio de 2011

"Eu sou legal com quem é legal. Sem ponto e vírgula, sem espaço, sem "mas".
É bem simples."

Clarissa Corrêa
O amor, assim como a vida, não nos dá garantias.

Clarissa!
Eu sou estranha, tenho gestos e pensamentos e encanações e neuras e filosofias viajantes e temperamento salgado e toda uma série de e's que não consigo ajustar aqui, agora, pra você, talvez por não saber ajustá-los nem pra mim. Mas deixa isso tudo pra lá, eu e a minha estranhice, estranheza, estranhagem, estranhamento, estranhação. Estranha ação. É isso aí, sou cheia de estranhas ações. Uma delas é tentar explicar o sentido de uma coisa que nem sentido faz.


ClarissaCorrêa
O principal fica sempre protegido. Entre parênteses ou dentro do peito. ClarissaCorrêa

sábado, 14 de maio de 2011

"Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é aquela que não tem medo do ridículo."

Luís Fernando Veríssimo
Quando entrou no ônibus e a viu sentada, soube que ela tinha algo especial. Haviam muitos lugares e bancos vagos, mas decidiu sentar-se com aquela mulher e jurou para si mesmo que conseguiria seu telefone.
Sentou-se ao seu lado, observou-a um pouco melhor. Pode notar que suas unhas estavam pintadas de vermelho e que usava um perfume doce. Ela continuou focada no livro que estava lendo, mas ele pode notar certa inquietação na moça, provavelmente por causa da atitude dele.
Ele pensou no que iria dizer, mas enquanto não conseguia escolher as palavras certas, sentia medo que ela descesse na próxima parada. Sabia que era um assunto bobo, comum e de pessoas com pouca intimidade, mas decidiu perguntar sobre o tempo, só para ouvi-la falar algo.
- Será que chove? – sentiu-se envergonhado, e ao mesmo tempo temia de que aquela interrupção da leitura fosse interpretada como uma atitude sem educação.
Ela fitou-o um pouco atordoada com a pergunta, mas logo respondeu:
- Talvez. Depende em qual sentido você perguntou. As coisas são relativas.
A resposta o surpreendeu e lhe deu mais certeza de que aquela garota era diferente, e ele queria conhecê-la. Ela voltou a olhar para o livro, embora ele desconfiasse que ela já não estava lendo, apenas queria evitar contato.
Ele espiou o livro e tentou ler o que estava escrito.
- Você gosta de poesias? – a pergunta saiu sem ele ter pensado em elaborá-la. Saiu carregada com o medo de perder aquela oportunidade.
- Eu gosto, mas porque você está fazendo tantas perguntas?
- Não foram tantas, foram apenas duas.
Ficaram um momento em silêncio. Foi ele quem ousou falar novamente.
- Me desculpe, mas não sei sobre o que falar com você.
- Então não fale.
- Mas é que quero conversar com você.
- Infelizmente minha mãe me ensinou a não falar com estranhos.
- Henrique, muito prazer.
- Não vou lhe falar o meu nome.
- Por que não?
- Porque você parece estranho, pode ser um fora-da-lei, um seqüestrador, sei lá.
- Eu não sou nada disso.
- Mesmo assim, me dê um motivo para lhe falar meu nome.
- Pra eu saber se combina com meu sobrenome.
- E o que tem isso haver?
- É porque um dia você pode vir a ser minha esposa, se tudo der certo.
- Tudo o que? Meu Deus, você deve ser um psicopata.
- Não sou um psicopata, apenas estou encantado.
- Pelo o que?
- Por você.
- Então trate de se desencantar.
- Em qual parada você vai descer?
- Na próxima se você não parar com isso.
- É só me falar seu nome.
- Só isso?
- E depois seu telefone.
- Meu nome é Bianca. Mas o meu número eu não vou passar.
- Porque não?
- Porque não sei se quero que você me ligue.
- Isso já significa alguma coisa. Se você não sabe, pelo menos não tem a certeza de que não quer.
- Você interpreta muito bem o que as pessoas dizem.
- Na verdade não, acho que isso só acontece com você.
- Não estou acreditando em uma só palavra desse seu romantismo tolo.
- Porque não?
- Porque você acabou de me conhecer. Não pode sair falando coisas assim pra uma semi-desconhecida.
- Mas eu sinto como se já conhecesse você.
- Eu já li essa frase, tente ser mais original.
- Se você me dar o seu telefone e marcarmos um encontro prometo ser mais original.
- Você é louco não é?
- Talvez. Depende em qual sentido você perguntou. As coisas são relativas
Ele havia usado a mesma arma que ela, as mesmas palavras. Os dois ficaram quietos por um pequeno período de tempo. Ela continuava lendo o seu livro e fazendo algumas anotações, enquanto ele não percebia nada ao seu redor. Estava perdido em seu próprio pensamento, elaborando sonhos e planos que envolviam a desconhecida ao seu lado. Seus devaneios foram interrompidos quando ela começou a se levantar para andar em direção a porta de saída do ônibus.
- Preciso ir, chegou na minha parada.
- Não vai me passar o seu número?
- Já decidi isso.
- Tente mudar de idéia, logo você vai descer.
- Não sei, talvez eu espere uma cena de cinema, onde você desce correndo atrás de mim para que a gente nunca mais se perca um do outro.
- Você está cada vez mais romântica. Poderia fazer isso se você quisesse.
- Não quero, já fiz minha escolha e tenho que ir.
Ele disse adeus baixinho, sentindo seu coração apertar.
- Até mais Henrique.
Ficou cabisbaixo durante mais algum tempo, até que pode notar um estranho volume ao seu lado. Era o livro dela que estava lá. Apertou-o forte contra o peito, como se fosse ela própria que estava ali, entre seus braços, no meio daquele abraço cheio de mistério e encanto. Abriu nas primeiras páginas. Viu um poema com palavras destacadas.

Quando encontrar o amor de sua vida,
Você não vai saber disso,
Nem daquilo,
E nada mais sobre nada.

Ele pode aparecer em um dia estranho,
Perguntar-te sobre o tempo,
Depois seu nome,
E talvez até o número do seu telefone.

Nada de especial irá acontecer,
Mas vocês saberão.
Assim como dois mais dois são quatro,
É só ouvir o coração.


9979-999*
Quando descobrir o último número, me ligue, eu estarei esperando.
Beijos, Flávia.

Ela havia mentido seu nome, havia bancado a durona, mas assim que terminou de ler ele soube. Soube que assim como ele, ela também conseguirá ouvir seu coração.

Elis C.
Preciso de segurança, de amor, de compreensão, de atenção, de alguém que sente comigo e fale: “Calma, eu estou com você e vou te proteger! Nós vamos ser fortes juntos, juntos, juntos.” Confesso que preciso de sorrisos, abraços, chocolates, bons filmes, paciência e coisas desse tipo. Confesso, confesso, confesso.
 
CF

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Sempre tive medo de falar de mim. É incrível, mas temos medo de afastar a cortina e dar de cara com algo que possa nos perturbar. O que me incomodava era falar sobre o que eu sentia, era estranhíssimo esse negócio de exposição de sentimentos. Então vivi por aí me escondendo embaixo de lençóis, fronhas, almofadas e falsos tá tudo bem, tá tudo bem. Sentia vontade de falar um bando de coisas, mas me limitava a fazer cara de planta sem água e murmurar um aham, uhum, é.
Independente de tudo, seja sempre quem você é. Mesmo que seja estranho. Mesmo que doa. Mesmo que ninguém entenda. Mesmo que você se perca. Um dia você se encontra. E mais: um dia alguém que realmente valha a pena encontrará você.
Olha, minha vida é surreal, eu sou surreal. O mundo não é isso que todo mundo vê, isso é ilusão. O mundo está dentro de mim, é aqui que as coisas funcionam.
Cansei de ter que explicar minhas contradições, meu amor e a falta dele.
Quisera eu poder esvaziar um coração assim, tão cheio de tantas emoções.
Quisera eu ditar regras e depois desmentir todas, deixando você livre.
Quisera eu saber o que dizer, mas lamento também essa falta.

[Caio Fernando Abreu]

Você já sabe: não sou legal. Eu me disfarço e, às vezes, uso máscaras sim. Uso e assumo. Não é qualquer pessoa que me conhece sem corretivos. Me mostro para quem vale a pena. Para quem entende. Entende o quê? O meu jeito de sentir.

Clarissa!

terça-feira, 10 de maio de 2011

E eis que em breve nos separaremos

E a verdade espantada é que eu sempre estive só de ti e não sabia

Eu agora sei, eu sou só

Eu e minha liberdade que não sei usar

Mas, eu assumo a minha solidão

Sou só, e tenho que viver uma certa glória íntima e silenciosa

Guardo teu nome em segredo

Preciso de segredos para viver

E eis que depois de uma tarde de quem sou eu

E de acordar a uma hora da madrugada em desespero

Eis que as três horas da madrugada, acordei e me encontrei

Fui ao encontro de mim, calma, alegre, plenitude sem fulminação

Simplesmente eu sou eu, e você é você

É lindo, é vasto, vai durar

Eu não sei muito bem o que vou fazer em seguida

Mas, por enquanto, olha pra mim e me ama

Não, tu olhas pra ti e te amas

É o que está certo

Eu sou antes, eu sou quase, eu sou nunca

E tudo isso ganhei ao deixar de te amar

Escuta! Eu te deixo ser… Deixa-me ser!

Clarice Lispector

Normal ou anormal?

Duas amigas conversam
Amiga 1 : Preciso te contar algo.
Amiga 2 : O que é? Você parece preocupada, triste…
Amiga 1: Eu estou com Cancêr.
As duas amigas se abraçam por um longo tempo.
Duas semanas depois as duas amigas se reencontram, um delas sabendo que a outra havia tirado todo seu cabelo decide fazer uma surpresa .
Amiga 1: O que houve com o seu cabelo?
Amiga 2: Cortei.
Amiga 1: Você quis dizer, raspou não é ?
Amiga 2: Tanto faz, eu gostei.
Amiga 1: Por que fez isso?
Amiga 2: Porque não ia suportar o olhar das pessoas tendo dó de você na rua, não iria conseguir me sentir bem tendo cabelo enquanto você não tinha nada, porque não seria sua amiga se preferisse meu cabelo a seu bem-estar, simplesmente porque a gente agora vai poder ir no shopping e comprar varias perucas! Já imaginou, nós duas de cabelo Rosa? Não suportaria te ver sofrendo, odiaria te olhar e ver lagrimas ao em vez de um sorriso, nunca me perdoaria se te olhasse nos olhos e pensasse que eu poderia ter feito muito mais, porque iria bater em todos que te encarassem por muito tempo, porque você é mais importante para mim do que eu mesma, eu não conseguiria viver se não tivesse feito isso.
Amiga 1 chorando : Você é realmente louca.
Amiga 2 : Eu te amo
Amiga 1 : Eu também.


Sou tri exagerada. Faço tempestade em copos de água, plástico, vidro, cristal e requeijão.
O que é ser normal? E anormal? Qual a linha divisória entre essas duas coisas? Eu não sei e, pra falar a verdade, não sei se me enquadro nos "normais", acho que estou fora dos padrões da normalidade.

Tenho medo de escuro, durmo com a televisão ligada. Adoro assistir filmes de suspense-aterrorizante e depois morro de medo. Detesto futilidades, mas sempre dou uma olhadinha na Caras e na coluna social da Zero Hora. Gosto de Literatura Portuguesa e leio muitos livrinhos-bestas também. Amo dias ensolarados e adoro dormir com chuva. Aquele barulhinho é maravilhoso. Sou louca pelo frio e adoro tomar banho de mar e de piscina no verão. Não tenho paciência para escutar longas histórias, mas falo pelos cotovelos. Gente devagar e lerda me cansa. Tenho medo de gente, mas vivo no meio deles. Acho difícil compreender a mente humana. Ju-ro que me esforço. Sou teimosa, mas sei escutar. Sou firme pra defender meu ponto de vista e, ao mesmo tempo, sou indecisa. Quando tenho que me decidir penso demais e reflito exaustivamente sobre o assunto. Sou impulsiva, minhas atitudes seguem meu instinto. Não penero o que falo, as palavras vão saindo da minha boca e quando me dou conta...falei! Às vezes as pessoas se magoam com esse meu jeito de ser. Sou sincera, mas às vezes guardo pra mim certos pensamentos. Sou cara-de-pau, falo na cara. Super corajosa e super covarde. Tenho mania de limpeza e inúmeras vezes o meu quarto está uma verdadeira zona, bagunçado e do avesso. Sei que malhar faz um bem enorme pra saúde, mas às vezes prefiro ficar embaixo do cobertor vendo um bom filme e comendo um montão de pipoca (ao invés de suar a camiseta). Na tpm sou uma égua-ambulante. Fora da tpm meu humor oscila demais, sou doce e ácida, tudo junto. Meu humor muda muito rápido. Sou educada sempre, mas basta um cidadão ser mal educado comigo...que viro onça! Defendo meus amigos e brigo por eles. Estou ao lado da minha família sempre, em qualquer circunstância.

Sou sentimental ao extremo. Me apaixono fácil, me apego rápido demais. E tenho uma capacidade tremenda de deixar de gostar de alguém de uma hora pra outra. Sou irônica e de vez em quando não entendo piadas (ok, sou loira, tenho desconto!). Sei exatamente o que fazer pra modificar o que está errado na minha vida, mas seguidamente me sinto parada, estática, no mesmo lugar, sem saber pra onde ir. Faço escolhas erradas e apostas certas. Sou chorona. Choro de dor, de amor, em comercial, em filmes, ouvindo uma música. Choro por chorar, choro quando me dá na telha. Mas não é na frente de todo mundo que me sinto à vontade pra chorar.

Gosto de moda, mas não sigo a moda. Sigo meu estilo. Acho que cada um deve procurar o seu. Sempre ando arrumada e com o cabelo no lugar. Unhas feitas. Em alguns dias me dá vontade de sair que nem uma mendiga. Gosto de conversar, sou do papo mesmo e, às vezes, não tenho ânimo de abrir a boca pra nada, só quero ficar quietinha na minha, escondida do universo. Adoro usar salto, mas também uso tênis e ando de pé no chão. Gosto de passear de meias pela casa. Adoro calcinha de algodão, aquelas com desenhos e super coloridas. E também gosto de lingerie de renda francesa. Gosto de champagne e água com gás. Não gosto de cortinas. Adoro luz de velas e bichinhos de pelúcia. Beijo na boca e abraço apertado. Odeio que me tratem como se eu fosse de cristal, como se eu fosse quebrar. Gosto de emoções fortes. Acho que um colinho é sempre bem-vindo, em qualquer situação. Adoro homens carinhosos, mas detesto homem grudento e meloso, credo! Eles me dão ânsia de vômito. Odeio rótulos e não suporto rotina. Rotina cansa, desgasta e é prejudicial à saúde.

Creio que conviver comigo seja como andar de montanha-russa: ao mesmo tempo em que sou previsível, te surpreendo num piscar de olhos. E aí? Sou normal ou vou ganhar um carimbo no meio da testa escrito: interna já no hospício? Não sei. E quer saber? Prefiro não ser. O normal é chato, sem graça e sem sal. Como dizia Raul Seixas "eu prefiro ser essa metamorfose ambulante..."
 
 
Clarissa Corrêa

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Tenho a impressão que a vida, as coisas foram me levando. Levando em frente, levando embora, levando aos trancos, de qualquer jeito. Sem se importarem se eu não queria mais ir. Agora olho em volta e não tenho certeza se gostaria mesmo de estar aqui.” . CF
Trago lágrimas, sorrisos , histórias, abraços .. trago momentos felizes, momentos de decepção. Carrego pessoas, amores e desamores, amigos e inimigos, desafetos, paixões .. Não sou um livro aberto, mas também não tão fechado que você não consiga abrir, basta ter jeito, saber tocar as páginas, uma a uma, e descobrirá de que papel é feito cada uma delas.


Caio Fernando

domingo, 8 de maio de 2011






[...]Lembro de pensar que o amor é perfeito, que bobeira, o amor é pura imperfeição.

Clarissa Corrêa
Gostaria muito de entender quem não se importa e somente vive sem se preocupar com o resto. O resto é a gente mesmo, as nossas muitas formas de ser. Porque você não tem apenas uma maneira, pode ter uma essência, mas todos os dias se descobre novo. Nem sempre limpo, mas novo.
 
Sou um poço de questionamentos, não aquieto nem dou trégua. Eu sei que sempre vai faltar, para uma pessoa que nem eu, alguma coisa sempre vai faltar. Nem sempre vou saber o que é, mas sei que vai, sempre vai e eu entendo e me rendo e digo que tudo bem, vou aceitar. Só queria, pelo menos hoje, achar que tudo está completo e que nada precisa ser respondido ou perguntado. Queria ser como os outros, pelo menos por uma meia hora. É que ser eu todo dia cansa e confunde, talvez a solução seja chamar o Roberto Justos, quem sabe assim ele me demite? O problema é que, mesmo demitida, ainda serei eu.
 
É por isso que eu disse: muitas encarnações serão necessárias para que eu finalmente entenda. Ou que compreenda que não há nada para ser entendido, está tudo bem na minha frente.
 
Clarissa Corrêa

sexta-feira, 6 de maio de 2011

"Hoje existir me dói feito uma bofetada."


(Caio Fernando Abreu)

O que as mulheres querem na cama .

 

(Em outras palavras, veja como é fácil nos agradar entre quatro paredes.)



Já faz algum tempo que eu queria escrever sobre isso, mas nunca dava. Há algum tempo, assisti um programa da Oprah em que uma das entrevistadas era a atriz pornô Jenna Jameson (uma loira peituda, como a maioria delas). Dia desses, estava dando a reprise e resolvi assistir novamente, porém com mais atenção. Afinal, o que as mulheres querem? O que gostam? Mulheres curtem somente filmes com historinhas? Como funciona o universo pornô feminino?

Acho que hoje em dia, por incrível que pareça, ainda existe muito preconceito. Há algumas semanas fui na farmácia e, dentre outras coisas, comprei camisinha. Na fila, senti olhares curiosos e espantados de homens. Oi? Camisinha, conhece? As pessoas têm uma mania incrível de rotular e julgar as outras, o que acho totalmente fora de propósito. O que tem de mais comprar camisinha? Esses olhares esquisitos fazem com que eu me sinta constrangida em chegar para o moço do caixa e entregar o produto com a mesma naturalidade que eu entregaria um remédio para dor de cabeça.

Sexo sempre foi um assunto mais comum entre os homens. Os meninos, quando pequenos, ficam pegando no "tico", sacudindo, puxando, descobrindo o que é aquele negócio pendurado no meio das pernas. As meninas, não, pois o negócio delas é interno, como assim ficar com a mão na perereca? O que é isso? Não pode. E a coisa toda vai sendo construída dessa forma: o menino cresce, o pai diz pra ele se proteger, compra um pacote de camisinhas e fim de papo. E a menina? Bom, de repente a mãezinha tem o bom senso de levá-la ao médico, de dar algum tipo de orientação. Ou não. Depois, reclamam que a adolescente de 15 anos apareceu grávida. Se o assunto fosse falado e conversado sem aquela tarja preta escrito coisa-que-não-se-fala-na-frente-de-todo-mundo as crianças e adolescentes teriam uma melhor visão do sexo e até mesmo do próprio corpo, afinal, para ter uma vida sexual boa a pessoa precisa se conhecer.

Os homens consomem pornografia como bebem água. No meio do trabalho recebem um e-mail com fotos de mulher pelada ou um vídeo com mulher se masturbando e todo mundo acha natural. Mas, a gente sabe, se um grupo de mulheres se reunir na frente do computador de uma colega no horário do expediente para ver um gostosão com um pau enorme se masturbando, ah, não pode, que horror, piranhas. Infelizmente, o mundo é assim. Algumas coisas já mudaram, outras não. Acho que as mulheres têm vergonha da própria sexualidade.

Muitas das minhas amigas dizem que não se masturbam. Eu acho que se você não conhece o próprio corpo, não sabe onde gosta de ser tocada dificilmente terá prazer total na vida a dois. Muita gente tem vergonha de ter um vibrador, por exemplo. Acham feio, grotesco, agressivo. Hoje em dia, existem milhares de modelos. Você encontra muitas sex shops online, ou seja, ninguém te vê, você escolhe o que quer na segurança da sua casa, eles mandam em caixinhas discretas e ninguém sonha o que tem lá dentro, só você.

Toda mulher quer ser vista. E esse "ser vista" não é ser olhada superficialmente. As mulheres querem ser olhadas no fundo. Do avesso. Toda mulher quer se sentir desejada. Jenna Jameson, na entrevista, falou uma coisa que acredito muito: a mulher quer se soltar tanto com o seu parceiro a ponto de se sentir uma atriz pornô. Porque as mulheres amam o amor, é claro. Adoram ser amadas e cuidadas. Mas as mulheres também querem tirar a roupa, a máscara, tirar tudo e virar outra. No sexo a gente acaba virando outro e, ainda assim, sendo o mesmo.

Não existe uma mulher que nunca tenha olhado-para-o-teto. Olhar para o teto é assim: o sexo tá meia boca, o cara tá curtindo, você tá lá ah-ah-oh-oh louca que a coisa termine e não termina nunca e o cara continua curtindo e você ah-ah-oh-oh e olha para o teto procurando alguma falha na pintura, alguma teia de aranha, algum mosquito. Aí acaba. Ele goza, você sorri e pensa que-bom-vamos-dormir-agora. Tem mulher que nunca goza. Tem mulher que sempre finge. Tem mulher que finge às vezes. Tem mulher que nunca fingiu. Vou ser sincera: nunca fingi. Acho assim: às vezes a gente goza, em outras não. E tudo bem, não é pecado não gozar. E não gozar não quer dizer que o sexo tava ruim. O problema é quando o olhar para o teto vira regra e não exceção. Tem gente que se acostuma com essa coisa meia boca. Muitos têm medo de conversar sobre sexo, fantasias, posições preferidas, desejos, etc.

O casal tem que estar aberto para a conversa. Você fala como gosta, ele diz o que prefere. Mas ambos precisam se enxergar. Não adianta um só se esforçar. É claro que ninguém é máquina sexual, existem períodos de baixa e de alta. Muitas vezes você está com mais tesão, em outras fica sem vontade. A vontade de transar depende de muitos fatores. O cansaço e a correria muitas vezes falam mais alto. Os problemas no trabalho também. A própria relação do casal influencia. Se as coisas não estão legais é difícil o sexo rolar legal. Mas uma coisa é certa: sexo não segura relacionamento. Não adianta você achar que vai segurar o cara dando shows toda a noite. Isso não sustenta nenhuma relação.

E quando as coisas estão mornas? Compre uma lingerie nova, alguns brinquedinhos ou fale. Sim, falar ajuda bastante, principalmente se você disser tudo que tem vontade de fazer. É preciso ter coragem, se libertar de pequenas vergonhas ou aquele velho o-que-ele-vai-pensar. É claro que o cara também tem que ter noção. Se você já comprou coisinhas novas e ele nem se manifestou, converse. Pergunte o que está havendo.

Mas o que as mulheres querem? Toda mulher quer que o homem olhe pra ela com vontade. Que ela enxergue nos olhos dele esse-cara-realmente-quer-me-comer. Que ele não seja previsível. Que beije muito. Que preste atenção nas preliminares, que são essenciais. Que pegue, pegue com força. Segure pelo cabelo, beije a nuca, o pescoço. Que faça massagem. Que entre no chuveiro para tomar banho junto. Que tenha ideias e seja criativo. Que acenda velas, que prepare o ambiente. Nenhuma mulher quer um cara que se deite, daqui a pouco fique de pau duro, dê dois beijinhos e parta pra cima. Não! E tem outra: mulheres têm dias mais amorosos (ou seja, você precisa dar mais carinho, beijinho, olhar no olho, ser amoroso) e dias menos amorosos (ou seja, você pode puxar cabelo, dar tapa na bunda e falar putaria que tá tudo certo). Mulheres também gostam de filmes e de putaria, não são só os homens. Quem pensa assim tá muito enganado. Hoje em dia cresce cada vez mais os filmes pornôs dirigidos por mulheres. É bom lembrar que não é só a mulher que precisa estar cheirosinha, o homem também precisa se cuidar. E, principalmente, conquistar.

Homens têm a mania do egoísmo. Pense na sua mulher. Mande uma mensagem no meio do dia dizendo tudo que quer fazer com ela mais tarde. Escreva um e-mail mais caliente. Mande para o trabalho dela uma caixa com uma calcinha bonita dentro. Leve ela em algum lugar especial com os olhos vendados. Crie. Reinvente a relação. Mas nunca, nunca esqueça: preste atenção na sua mulher. O que a mulher mais quer é se sentir única, desejada, saber que só ela excita o homem que está ao lado dela. Se você conseguir fazer sua mulher se sentir única e especial na cama a vida de vocês fora dela vai se tornar muito melhor.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Pra você que vê a vida com óculos de coração.


Sou meio estranha e já me conformei com isso. A gente não pode passar a vida brigando com a gente mesmo, senão fica aquela coisa de inimigo muito íntimo e isso é bem ruim. Eu sei que de vez em quando sou a minha pior inimiga (quem não é?), mas já entendi algumas coisas sobre mim, sei que preciso aceitar que o mundo é como é. Só que ainda vejo a vida com óculos de coração.
.
A gente tem que ter paixão pelas coisas, sempre pensei isso. Paixão pelo que faz, paixão pelo que toca, paixão pelo que vive. Sem paixão não tem felicidade, muito menos vida. É claro que não sou apaixonada pelos meus defeitos, mas preciso viver com eles, então eu os trato bem e vejo o que acontece. Tratar mal os defeitos da gente não dá certo. Durante muito tempo eu tratei mal minha mancha no pescoço, meu dedo diferente do outro e por aí vai. E olha que só estou citando os físicos. Pra quem não sabe (já contei isso por aqui), tenho uma mancha no pescoço que parece um chupão. Na infância, vivia com o cabelo solto, tinha trauma de piadinhas. Meus dedos da mão são diferentes. Não todos, claro, não sou uma defeituosa geral, só os dedões. Um é achatado e o outro é "normal". O achatado é que nem o da Megan Fox, nós temos algo em comum, viu? Claro que não é o jeito sexy, o corpo perfeito, os olhos lindos de viver, é o defeitinho. Mas tudo bem, ninguém é perfeito. Nem ela (e muito menos eu). Esqueci das sardas. Meu Deus, como eu odiava minhas sardas! Ferrugem, aço queimado, enferrujada, me chamavam de tudo. Eu detestava esses pontos pelo rosto e ombros. Achava feio. Depois passei a amar. Amo minhas sardas, tenho uma paixão obsessiva por elas. Clarissa, qual Clarissa? A sardenta. Adoro quando usam o "a sardenta" para reconhecimento de pessoa. Sim, todo mundo passa pelo Reconhecimento de Pessoa. Matheus, o da sobrancelha grudada. Valéria, a sem peito. Tomas, o careca. Camila, a baixinha. Sandro, o do óculos fundo de garrafa. Andressa, a do cabelão crespo. As pessoas definem as outras assim. Não é feio nem bonito, só é definição. Eu sou "a sardenta". E gosto.
.
Mas eu sou sardentamente estranha. Não me pergunte o motivo, mas sou. Dou bola para o que ninguém dá. Fico magoada com o que ninguém fica. Dia desses, por exemplo, fiquei bem chateada com uma amiga. Ela sempre divide angústias, mas as felicidades guarda só pra ela. Não precisa. Por favor, divida suas alegrias comigo, eu gosto de ficar feliz por você, com você. Tudo que eu valorizo, valorizo muito. Minha vida é uma intensidade sem fim. Quando fico braba é um horror. Tudo é demais, muito braba, muito feliz. É um caminhão de coisas, pesadas, dentro de mim. Alegrias e tristezas grandes, que divido ou guardo comigo. Aprendi a calar algumas coisas, mas outras preciso falar: não cabem em mim. Outras eu guardo numa boa, quietas, serenas. Mas eu preciso te contar que acredito em coisas eternas.
.
Não falo nada da boca pra fora. Se eu te gosto, te gosto. Nunca vou mentir que gosto de você. Sou franca comigo e com meus sentimentos. Nunca forcei ou falsifiquei amizades e amores. É claro que a gente se engana, se surpreende, se decepciona. Já pensei que amei. Já pensei que me apaixonei. E vi que era fogo de palha. Já pensei que era amizade. Já achei que fosse de verdade. E vi que era faísca. Mas tudo que eu gosto, eu gosto. Lembre disso. Para mim, algumas coisas são para sempre. Amigos, por exemplo. A gente sabe que tem os de verdade, os que vão atravessar anos, estados, países, turbulências e mau tempo. E a gente também sabe que tem aqueles de momento. Uma pessoa pode ser muito sua amiga hoje na aula de inglês, no trabalho, na primavera. Depois passa. E aí, era amizade? Era. Mas era aquela amizade de momento. E era verdadeira? Também era. Naquele momento. Acho que existe o perecível e o que não tem data de validade. E digo: tenho amigos que não têm data de validade, apesar de eu não estar sempre junto deles. Também tenho amigos que são amigos hoje, que sei que posso contar, mas não sei se estarei junto daqui a dez anos. Isso pra mim é muito claro. E a família? Família, você querendo ou não, é pra sempre. É um laço. Não se desfaz. Pode ter briga, atrito, confusão, mas é família. E é pra sempre.
.
Onde fica o amor nisso tudo? Bom, existem amores e Amores. Uma pessoa pode amar outra e viver aquele momento sem pensar no futuro, sem pensar no depois, sem querer o eterno, o pra sempre, sem dizer você-é-o-amor-da-minha-vida-vamos-ficar-pra-sempre-juntos. Acho que até pode, mas será que isso é mesmo amor? Acho que o amor é diferente, no amor você precisa sentir o para sempre. E por que a gente precisa tanto desse pra sempre? Acho que é uma espécie de conforto, segurança. É difícil uma pessoa amar outra com tudo que pode, com tudo que tem e não querer que seja pra sempre. Quando você realmente ama e entra num relacionamento sério você aposta naquilo, quer que dure, investe, não pensa que vai terminar amanhã. Você faz planos. E por isso que que seja eterno. Ninguém começa uma coisa prevendo o final.
.
Tenho uma teoria: acho que o amor de verdade acontece uma vez só. E esse amor é o amor da vida da gente. Com tudo de bom e ruim que isso traz. Depois do amor da vida, você pode até amar de novo, mas nunca da mesma forma. Porque amor da vida é só um. E vive pra sempre dentro de você. Mas hoje em dia só eu penso assim. E a culpa é do meu óculos de coração.
Clarissa Corrêa

1000 dias com ele.


Uma vez me falaram que amar é se jogar de um precipício sem saber se lá embaixo vai ter alguém para segurar a gente. Foi a melhor definição de amor que já ouvi. Eu, que escrevo tanto e leio tanta gente que fala dessas coisas que damos o nome de sentimento, nunca tinha escutado nada tão verdadeiro. Amar é isso mesmo. É se jogar e não saber. É se entregar sem ter certeza. Aos poucos, buscamos a certeza do amor. Porque o amor para ser amor precisa de certezas. A certeza do encontro, a certeza da continuidade, a certeza da presença, a certeza da verdade.
.
Demorei muito para me permitir. Me distraí durante muito tempo com paixões que não duravam mais que a lua minguante. Por algum tempo vivi uma relação extremamente conturbada e complicada. Na verdade, não sei se posso chamar de "relação". Era alguma coisa sem nome. Aquilo não me deixava em paz, me fazia mais mal do que bem, mas de alguma maneira eu continuava. Não entendo, a gente se boicota tanto. Sabemos que queremos e merecemos mais, mas continuamos insistindo em coisas sem sentido. Punição? Talvez. A gente demora para se permitir ser feliz. Deve ser por isso que as pessoas ficam tateando no escuro durante muito tempo até encontrarem a tal pessoa certa. Não sei se existe a pessoa certa, sei que existe uma pessoa certa para você. Essa pessoa, por mais errada que seja, é aquela que te dá vontade de continuar. Continuar lutando, vivendo, acordando, sorrindo. Tem gente que nos dá essa vontade, aquela vontade de ser melhor para a gente mesmo e para quem nos rodeia. Mas eu não queria, não me permitia, achava que daquele jeito estava bom.
.
Às vezes, não sou legal comigo, você não é legal com você. Cegos, não conseguimos enxergar. Confusos, não sabemos o que fazer. Covardes, não nos damos uma chance. Carentes, nos agarramos na primeira oportunidade. A carência nos tira a visão. A falta de visão nos emburrece. E assim vamos vivendo um dia após o outro, com um vazio que nunca sai de dentro e um olhar que procura e nunca acha.
.
Todo mundo tem que amar alguém um dia. Não tem como definir, é uma coisa muito louca e real. Um dia, com o coração cansado, decidi que só queria coisas boas. Sem migalhas, sem mentiras, sem máscaras. Para amar a gente tem que se despir de todos os artifícios. Então, resolvi ser mais amiga de mim. Aproveitar a minha companhia, me curtir, só procurar o que me fazia bem. Foi aí que, sem querer querendo, a gente apareceu um na vida do outro. Me deu um medo, um medo. Você sabe, eu sei. Queria fugir, sair correndo, desistir. Tentei de todas as formas (até bem pouco tempo atrás) encontrar motivos, fiapinhos do passado e farpas imaginárias para provar que não daria certo. Mais uma vez eu insisto: ser feliz dá medo e é muita responsabilidade. Fora o fato da gente não se sentir merecedor. Fora o fato de pensar meu-deus-tá-tudo-bem-tudo-perfeito-na-minha-vida-é-certo-que-vou-descobrir-um-câncer. A gente sempre pensa besteira por achar que não merece aquilo tudo.
.
Foi tudo em vão. Dia após dia o mundo, Deus, a vida, as coincidências, o destino ou sei lá, chame como você quiser, me mostraram que, sim, a gente tem um amor bonito e de verdade. Que já passou por turbulências, furacões, que de vez em quando recebe tempestades e trovões, mas que sempre dá um jeito de deixar o céu azul e o sol brilhando. Porque a gente gosta do tempo bom. A gente tem uma história que é só nossa, um amor que é só nosso, uma vida que é só nossa, uma família que é só nossa. Tudo nosso. E com você eu descobri que sempre posso ir mais além. Você me mostra umas partes que eu não conhecia. Me mostra uma força que eu não sabia que tinha. Um jeito maduro e ao mesmo tempo infantil de continuar vendo a vida. Me desarma com tanto bom humor. Me mostra coisas que não sabia. Me puxa para a realidade, pois nem só de sonho se vive. Existe uma troca bonita e, hoje, mais madura. É que já faz mil dias, amor. Mil dias que a gente se encontrou e nunca mais saiu de perto um do outro. Mil dias que ouvi o que você disse e me atirei do precipício. Ainda bem que a gente se jogou. Ainda bem que você esperou por mim. E eu por você.
 
Clarissa Corrêa