segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Uma dor chamada saudade

Entre um capitulo e outro da minha história, encontro versos inacabados e entre os versos uma saudade…
Hoje meu dia começou assim: Com uma dor aguda por dentro. É que de vez em quando o meu coração dói.  Dói uma dor inteira. Dói porque a mão da saudade atravessa o meu corpo, toca o meu coração e o aperta. E aperta firme, daquele jeito que só resta gritar até a dor incômoda passar. E eu gritei! Gritei alto, bem alto, para que a saudade – por caridade – trouxesse a superfície da memória, lembranças daquele tempo em que passávamos horas e horas falando sobre sentimentos e a vasta alegria de tê-los dançando do lado de dentro. Eu gostava de ser feliz e ela também. Tínhamos vocação congênita para a felicidade, muito embora as tristezas viessem nos visitar de tempos em tempos, deixando apenas uns poucos retalhos de alguns sentimentos. Mas éramos felizes e com fios de felicidade costurávamos novamente a nossa história. Vivíamos assim, entre inconstantes recomeços; mas sem perder a alma para o desânimo que vinha junto com a tristeza. No fundo, no fundo, tínhamos como sobrenome a coragem. Talvez fosse esse o motivo das nossas almas terem se encontrado quando ainda estavam perdidas. E estavam mesmo… A origem disso tudo eu não me recordo. Lembro apenas de uma história de amor mal sucedida, que enlouqueceu os seus sentimentos, e a fez perder o prumo. E eu estava lá, bem perto, tentando dizer o indizível, mas não conseguia porque ela me faltava.
Que saudade… Saudade de um tempo que não volta, mas parece que ainda não foi. E enquanto a dor incômoda ardia no meu peito, lembrava-me dos nossos dias de sol e das noites sob as estrelas; de tudo aquilo que ela guardava em segredo, mas gostava de dizer.  Ela inventava histórias felizes e eu as imaginava. Vivíamos emoções infinitas contando histórias bem sucedidas, escritas em versos de amor. Dançávamos ao som da música da vida tendo como tom a generosidade. Trilhávamos juntas o caminho das certezas, até quando elas não existiam. Um dia ela resolveu me contar seus segredos, e eu lhe dizia as  minhas verdades ocultas; e das nossas confidências surgiam sonetos de esperança. Esperança grandiosa, plantada dentro do coração, que faz a gente acreditar até o último instante, mesmo quando a vida resolve emitir sons de espanto. Víviamos felizes porque tínhamos esperança! Talvez por isso eu sinta tanta saudade dela: Porque tudo nela alcança a vida.
Logo me dei conta de que algumas horas haviam se passado e eu ainda estava ali, com a viva lembrança nela. Lembrando com ternura até esquecer-me da dor. Aquela dor que é desatino; que fere, mesmo sem tocar. A dor do que foi sem tempo certo para voltar. A dor imensa da ausência. Assim a falta dela dói em mim. E mesmo que eu tente explicar, não consigo dizer porque ela se foi e me deixou aqui, perdida entre um verso e outro. Quanta saudade eu sinto de você…
Você: A intraduzível palavra que habitava aqui, dentro de mim!

Nenhum comentário:

Postar um comentário