sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011


Continuo sendo a Amanda. Continuo no mesmo endereço de um ano atrás. Continuo a ser admiradora da lua. Continuo na mesma casa. Continuo achando que no meu quarto, estou em um mundo só meu . Continuo com o mesmo nome, o mesmo sobrenome, RG, CPF, só que  fiz um título. Continuo com o mesmo celular. Continuo com o mesmo jeito direto que assusta algumas pessoas. Continuo a mesma boba que sorri de nada. Que faz bico quando chora. Continuo com o mesmo jeito tímido. Continuo com a mesma cautela ou sem ela. Continuo com um exagero abusado e um drama para achar graça. Continuo falando bobagens. Continuo acreditando nos amores. Continuo quebrando a cara. Continuo brincando de ser feliz. Continuo eternizando letras. Continuo a sentir-me plena quando olho a lua cheia. Continuo com minhas insônias. Continuo com minhas defesas, medos, desesperos. Continuo vivendo muito para dentro. Continuo sem paciência para o social. Vez ou outra dou uma de João Gilberto. Continuo crítica, principalmente comigo mesma. Continuo azeda, mas muito doce quando doce. Continuo do contra e adoro discordar para pirraçar. Continuo a fazer aquela vozinha cuticuti quando converso (?) com bebês. Continuo séria. Continuo sorriso. Continuo a fazer telefonemas de carinho ali no quintal, olhando para o céu. Continuo viciada em toddynho e choro com filminhos romanticos. Continuo a reclamar do calor. E se faz frio, reclamo do frio. Continuo a preferir o inverno. Continuo fã de sorvetes. Continuo a me apaixonar todos os dias. Continuo a sofrer para pisar no chão e deixar a fantasia de lado. Continuo descaradamente libriana. Continuo com umas coragens insanas. Continuo a irmã mais velha das irmãs.  Continuo sendo várias, depende de quem me chama. Continuo a soletrar meu nome em todo canto. Continuo louca por abraços. Continuo essencialmente fascinada por músicas. Continuo a sorrir quando ouço meus pagodes. Continuo a fingir que não tenho medo de ficar sozinha. Continuo a ler textos e poesias. E continuo gostanto tanto de cachorros. Continuo orgulhosa e  travada nos euteamos. Continuo com o mesmo perfume. Continuo sem fazer academia. Continuo a trocar baladas por cinema. Continuo a ter nojinho de algumas pessoas. Continuo a enxergar no Rio Grande do Sul um lugar que é abraço. Continuo louca pra sumir daqui. Continuo a cobrir meu corpo inteiro quando durmo à noite após um filme de terror. Continuo a achar mesmo que o cobertor me protege, nessas situações. Continuo obviamente besta. E mais chata. Continuo observadora demais. Continuo calada quando muita gente fala ao mesmo tempo. Continuo mais MPB e bossa. Continuo sempre com um trident de canela na bolsa. Continuo a achar estranho unhas dos pés pintadas de vermelho. Continuo a escovar os dentes pensando na vida. Continuo a procurar erros de português em todos os cantos. Continuo a me sentir feia de vez em quando. Continuo sarcástica. Continuo ótima ouvinte. Continuo sensível demais. Continuo insensível demais.  Continuo achando sexta-feira o melhor dia da semana. Continuo acumulando leituras indicadas. Continuo a achar que chuva forte é aplauso. Continuo com inveja das pessoas que sabem lidar com os problemas. Continuo a me encantar com ternurinhas. Continuo a querer aprender inglês . Continuo a ganhar o dia quando me dizem que andei emagrecendo. Continuo sem beber, exceto uma vez que passei dos limites. Continuo sem formspring, twitter, facebook. Continuo a não usar batom. Continuo a achar Caio Fernando Abreu o melhor escritor. Continuo preferindo a calça jeans. Continuo a ver duplo sentido em quase tudo. Continuo a achar melancia uma fruta alegre, porque cada talhada é um sorriso. Continuo achando que preciso usar óculos.Continuo com preconceito musical. Continuo com preguiça de gente. Continuo com saudades imensas dos amores que nunca encontrei. Continuo a não gostar de fotografias. Continuo a não saber me expressar quando estou diante de uma pessoa. Continuo preferindo escrever ao invés de falar. Continuo sendo fã de chocolate. Continuo a me tranquilizar quando a chuva cai lá fora. Continuo na minha sozinhez. Continuo a brigar com minha escolha profissional. Continuo a querer ser pedida em casamento todos os dias.  Continuo a achar que ovomaltine do Bob's, batatas fritas e diamante negro são invenções dignas. Continuo a ficar em pânico com perguntas pessoais. Continuo apavorada quando preciso falar em público. Continuo a achar que pra caralho é uma expressão que intensifica as coisas pra caralho. Continuo a dormir com dois lençois , ou então não durmo. Continuo a  ser mulherzinha. Continuo a me irritar com quase nada. Continuo a ter crises existenciais gigantes . Continuo ansiosa. Continuo solta. Continuo amante do mar.  Continuo monstra quando acordo e mais ainda quando sinto dor.  Continuo a contar meus mais amigos nos dedos da mão direita. Continuo com doses altas de melancolia. Continuo a voar para dentro das pessoas quando vejo pedacinhos meus por lá. Continuo a ver um lado escondido quando o espelho me enfrenta. Continuo a chorar de repente, do avesso, florindo. E depois, posso até sorrir. Continuo a me gastar de maneiras lindas. E a contabilizar meus pedaços assim, todo dia 11 de outubro. Que esse eu não escolhi, é de fato meu dia . Que me recebeu, com suas águas. Toda essa promessa de vida. E vários corações.
Continuo amor, só não sei até quando.

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