sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Cansada de sentir felicidade em doses homeopáticas. Entrega-se a tantos beijos tentando encontrar a porta certa, de entrar em algum lugar e ficar pra sempre. Guardando o seu melhor para o melhor momento, mal sabe ela que este momento já passou por debaixo do seu nariz tantas vezes, e que, de tanto se guardar, protegeu-se de histórias de amor que pudessem ter dado qualquer sentido à vida. Traz no peito uma semente de girassol que não vingou. Abafou com tantos medos as verdades doces, distribuindo no lugar sorrisos amarelos e tementes. Foi tragada pelo tempo, pela descrença nos contos, pela falta de fé que as coisas podiam continuar, sem cobrar tanto entendimento do coração. Foi engolida pelo calor da espera, cremada por expectativas vãs. Perdeu-se no silêncio até deixar seu riso mudo, até deixar a esperança calada, até formigar o corpo pela falta de movimento, até se acostumar com a insônia.
E só queria pertencer.

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