
Uns demoram a vida toda pra descobrir, outros jamais descobrem.
Descobri à mim mesma, colidi com meu eu.
Fiz-me incompreensível aos outros, isolei-me de própria vontade.
Só não quero deixar me amargar, fazer da consciência um eterno desconforto.
Basta me encontrar para me perder, basta pensar para sofrer.
Só então entendo os felizes: não pensam.
Minha vida é pensada, e tenho tanto,
que jamais abandonaria meu pensamento.
De tanto, me tornei pouco: pouco feliz, pouco apaixonada, pouco alienada.
Tão raros são aqueles que me persuadem, tão breves, tão escassos.
Não preciso de muito.
Preciso de um único, um inteiro.
Preciso de certa absolutez para que de algo possa me sentir completa.
Mas o que de fato no presente momento mais necessito é de mim mesma.
Para que haja possibilidade de próprio querer, de próprio fazer.
Há vida, há medo, há ânsia.
Não nego, jamais.
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