
Tentei me interessar pelo que fosse me distrair e confortar, mas bem sei que de nada conforta pensar.
Parece cada vez mais estranho se ecoa por dentro e passo a ser mero figurante, ou a carregar nitidez isolada, nada que seja de mínima importância aos outros.
Meu esforço agora deveria ser o desapego. As coisas não vão voltar a ser como eram. Aquele gosto doce na boca e os olhos reluzentes de quem tinha no peito não a espera, mas a esperança.
Agora, ausência. Seja por silêncio do que poderia ser dito, ou por perda
de quem poderia ter encontrado. Podia, mas não foi.
Nestes anos de promessas rotineiras de que tudo vai se ajeitar e eu vou mudar. Pobre de mim. Não me adequo nem às minhas próprias regras.
Minhas fugas eram físicas, eram sentimentais. Passava dias me afastando de mim mesma, pra não doer, sabe.
Há gravidade no que sinto. Seja de perigo, seja de queda. É livre a queda, é livre aqui dentro, em mim.
Melinaa Flynn
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