São dias, noites, semanas, meses e até anos tentando consertar aquele silêncio incômodo, uma sensação de distância, uma constância da falta que assusta.
O toque não passa da epiderme. O vínculo, um vício.
Eu queria me desvincular dessa rotina ordinária. Não de fazer, mas de sentir.
Minha vida ainda é breve, ainda é nova, e eu me sinto tão gasta, tão ridiculamente usada.
Aos poucos me canso de sofrer. Me nego, me afasto do límpido.
Minto para me tentar fazer feliz. As coisas são simples quando não pensadas e não tocadas, é
que quero além da matéria.
Meu coração se secou. Sou um deserto por dentro e por fora.
Vivo num tempo destrinchado em memórias, tempo de espera contínua.
Meu desespero é incompreendido. Se falado ou calado, é sempre loucura.
É estranho sentir dormência quando a outra metade grita.
Acho que parte de mim é vontade, a outra parte é medo de me enfrentar.
Na verdade eu não quero ter que me apegar. Sei que num breve fim, tudo se aleja de mim.
É estranho sentir dormência quando a outra metade grita.
Acho que parte de mim é vontade, a outra parte é medo de me enfrentar.
Na verdade eu não quero ter que me apegar. Sei que num breve fim, tudo se aleja de mim.
Devo parar com a mania de querer limpar os sujos e adestrar o mundo, já que ele não me pertence e eu jamais pertencerei.
A vida tenta me regrar e eu escapo. Sou sempre o acúmulo de células que caminha, que pressente, que agrava.
Melina F.
Nenhum comentário:
Postar um comentário