
Hoje vi o contar do ponteiro do relógio cada minuto.
O que te parece quando vives numa claustrofobia sem fim?
Quando onde estás não parece te pertencer de fato?
E desafio a tua gramática, a tua semi perfeição à compreender.
Olhe em meus olhos e de pronto desnudarás minha alma em parte.
Porque há ocorrências que levo dentro e não há olhar que desvende.
Minhas mórbidas tristezas cansaram-me inteira.
Deixo-me levar pela ilícita irresponsabilidade dos sentimentos.
E pareces tão infiel,
que me fazes querer despedaçar grotescamente cada parte de seu coração.
Este meu tal que me abandonou e deixou padecer em meu peito um vácuo,
um extremo falso hábito de pulsar.
Não há coerência racional para o que me arrebata.
Não vejo indecência ao não enlaçar-me como uma dama.
É que os bons costumes me desfiam a intocável rotina de cercar-me de
minha própria explosão.
O que conforta se não um abraço terno,
se não a veracidade dos olhos que ainda não me vi refletida?
Me conforta o alívio de poetizar meus entorpecentes.
De combinar rigidamente meu vasto querer ao meu limitado poder.
De irradiar a minha imensa verdade a quem quer que seja.
Invade-me sem fim, pobre farsa de meu desastroso deslize.
Melina Flynn
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